Tuesday, November 28, 2006

Cidadão do mundo, vagabundo, apátrida... tudo depende da perspectiva!

Há uns dias acordava em Dili, o sol do Sudeste asiático a entrar pela janela, o “Cruzeiro do Sul”, velho companheiro de infância, brilhava no céu estrelado à noite, o fuso horário era GMT + 9... passado pouco tempo, acordava em Lisboa, deitado na minha cama, ao lado da Tânia, junto da minha família... GMT... Hoje acordei de manhã em Houston... GMT -6... Consegui enganar o tempo e o corpo enquanto estive em movimento... hoje acordei morto, parece que me espancaram, estou tão cansado que quase não me consigo levantar da cama... o segredo está em continuar a fugir... é como quando temos um grupo de capangas a correr atrás de nós para nos bater... não olhes para trás, corre, sempre em frente! É como quem sai na sexta-feira à noite para os copos... e só deixa de beber no Domingo à noite... tudo corre bem até Segunda de manhã!

Tantos sítios em tão pouco tempo, tão pouco tempo para conhecer o que quer que seja de tantos sítios. Não posso deixar de me sentir um vagabundo, um sem raízes... um cidadão do mundo! Qual será a diferença entre o vagabundo, o apátrida, o cidadão do mundo... para além da roupa que usam, daquilo a que se dedicam... esta viagem pôs-me a pensar... se calhar há mais semelhanças do que diferenças substanciais... será que todos eles não olham para trás de vez em quando e fazem as velhas perguntas metafísicas: “Quem sou eu? Para onde vou? Qual o meu propósito?”

Deixo-vos mais duas músicas “ambiente” para pensarem:

Desaparecido – Manu Chau

Me llaman el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido

Cuando me buscan nunca estoy
Cuando me encuentran yo no soy
El que est enfrente porque ya
Me fui corriendo mas all

Me dicen el desaparecido
Fantasma que nunca está
Me dicen el desagradecido
Pero esa no es la verdad
Yo llevo en el cuerpo un dolor
Que no me deja respirar
Llevo en el cuerpo una condena
Que siempre me echa a caminar

Me llaman el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido

Yo llevo en el cuerpo un motor
Que nunca dejade rolar
Yo llevo en el alma un camino
Destinado a nunca llegar

Me llaman el desaparecido
Cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido

Perdido en el siglo... siglo XX... rumbo al XXI"

Já agora, quem se lembra desta??? Ainda cheira a mar, areia, noites de verão, cabelos compridos, Oeiras, Cascais, Algarve, outros tempos. Alguns já têm crianças, outros já têm juízo, outros... continuam sem tê-lo! De um modo geral não deixa de ser curioso que estamos todos ligeiramente diferentes, mas quando estamos juntos, continuamos mais ou menos iguais! Aqui fica uma homenagem para todos vós! Confesso que me surpreendi a mim mesmo quando, no meio da minha própria reflexão metafísica, encontrei esta lembrança que se enquadra tão bem no estado de espírito!

Too Much Too Young – Little Angels

“Breaking out of school and we were kicking hard.
A lot of good dreams and a lot of false starts.
Swore we wouldn't get old before our time.
So what's the matter boy are you wondering where it went?
The memory's better than it was back then,
you could not wait to leave it all behind.
But there is one thing I know
I ain't quite ready to go.
Too much, too young.
I won't do time when I've just begun
Too much, too young.
What about love, what of songs unsung?
Too much too young
I'll never go backward, I'll always go on...
I want more, give me, oh just a little bit more!
I don't want a house or a three piece suite-
Those thing dont matter to me,
I'm happy sleeping on your kitchen floor.
So if you ain't happy following my star.
lend me some money, give me your old car,
'cos you dont really need it anymore.
I've got some living to do,
and I ain't waiting for you.
Sometimes I wonder
If I'll ever live again
well I can tell you,
if I do, I'd make that change
I've got my share of regrets
but I ain't afraid to say
I've paid the price I have to pay.
Well once upon a time
"when we were so young"
well what were we then
lies tattered and torn,
well I guess that's just the way it goes
I've got to move on to the other side.
I can see this thing is a-hurting your pride
maybe I'll be back to say goodbye
- who knows!
Nobody stand in my way
I'll take tomorrow today.”

P.S. Só um aviso: não se preocupem, estou na boa! Parece que houve quem se tivesse assustado quando eu entrei em fase de reflexão depois de ter visto os veleiros a regressarem em Kemah... já que se fala em barcos, ofereço uma recordação especial quando regressar a quem adivinhar esta (letra e banda):

“Surfboards through the turnstiles
Speedboats on the bay
All around the seagulls scream
Children out to play
The ferry sits like a holiday
As the harbour heaves and sweats
Like the faded jeans and tubetops
On the manly nymphets
On the beach I'm called aparral
In the west I'm a fast young fool
In the church I'm irresponsible
In the clubs I'm called uncool

Well youth is my advantage
Anonymity my reward
While the world's being measured
For a uniform
It's my luxury to be ignored…”

No comments: