Sunday, January 28, 2007

The Good Shepherd

Este fim de semana não se passou nada de especial. Andei por aqui a ler uns livros, a aprender a jogar Warhammer na loja da GW e, para variar, fui ao cinema! Desta vez, o filme escolhido foi o “The Good Shepherd”, realizado pelo Robert De Niro, e que conta parte da história da criação da CIA. Embora o filme não seja baseado em factos verídicos, supostamente foi “inspirado” na vida de dois dos criadores da Central Intelligence Agency. O papel principal pertence ao Mat Damon que, mais uma vez, porta-se muito bem.

Confesso que gostei bastante do filme, embora tivesse ouvido algumas críticas a dizer mal dele, por não fazer sentido, e por ser muito parado... acho que tem a ver com a falta de capacidade de raciocínio generalizada deste lado do Atlântico! O filme não decorre num espaço linear, recorrendo bastante a recordações, o que pode levar seres intelectualmente mais limitados a não compreender porque é que numa imagem o fulano “A” é novo, e a seguir já é velho... Quanto à outra acusação, não achei o filme nada parado. Aliás, o filme é bem interessante. Agora, compreendo que quem está habituado a 30% de asneiras, 20% de carros a estamparem-se, 30% de tiros e 20% de sangue, não consiga achar piada ao filme!

Para além do interesse histórico (o filme decorre entre a 2ª Guerra Mundial e a invasão falhada da Baia dos Porcos), o filme permite-nos ter uma ideia de como funcionam as coisas neste país. Há uma frase brilhante, bem elucidativa que passo a relatar. A certa altura o Mat Damon está a apertar um mafioso (representado pelo Joe Pesci), e o italiano diz-lhe: "I don't understand you guys. We italians, we have family and religion, the jews have tradition, even the nigas have their music... but you, what do you have?" Ao que o Mat Damon responde: "we are America! the rest of you are just visiting!"
Infelizmente é assim mesmo… a fraternidade, democracia, etc., supostamente proclamada pelos “Founding Fathers” aquando da independência dos Estados Unidos, só durou o tempo necessário para obter a independência do Reino Unido. A partir daí, afirmou-se a verdadeira política americana: uma minoria branca privilegiada a mandar no resto. Democracia, fraternidade, igualdade, solidariedade... não há, estamos fechados para balanço. Pensando melhor na coisa... a guerra de independência surge, essencialmente, como um protesto dos colonos contra os impostos cobrados pela coroa Britânica... ou seja, por uma questão de dinheiro e lucro! Nesse aspecto, ao menos, os gajos têm sido coerentes... Money makes the world go ‘round! Provavelmente se os ingleses não tivessem cobrado impostos, os Estados Unidos ainda faziam parte do Commonwealth!

Sunday, January 21, 2007


Dia da família... hockey no gelo “a sério”!

Pois é... gostei tanto do jogo de 6ª-feira, que acabei por ir ao hockey no Domingo também! Desta vez deparei-me com um novo fenómeno, o “Family Day”. Basicamente, a coisa funciona assim, quando os jogos dos aeros calham ao Domingo, as famílias têm direito a pacotes especiais de 4 bilhetes, comida, brindes, etc., a um preço mais baixo. É uma forma de levar as famílias ao espectáculo.

Desta vez, como comprei o bilhete directamente na bilheteira (e não pela net), calhou-me um bilhete junto aos vidros. Como nunca tinha experimentado, decidi tentar a minha sorte...

O jogo de hoje era entre os Aeros e os Milwalkee Admirals e foi um espectáculo ainda melhor do que o jogo de 6ª. Se na 6ª os moços tinham sido criticados por não serem suficientemente agressivos, desta vez ninguém se pôde queixar... aliás, ainda antes do jogo começar, já estavam dois jogadores pegados! De seguida, deu-se mais do habitual, muita velocidade, muita agressividade e muitas caras esborrachadas contra o vidro!

Confesso que tem a sua dose de piada ver tudo bem ao perto (estava a 2 metros do vidro), mas não se tem bem a noção do jogo completo, nem se vê bem o disco na maior parte do rinque. Portanto, em minha opinião, mais vale ficar umas 5-6 filas mais acima! Também descobri uma coisa, os fanáticos maluquinhos ficam junto ao rinque, para poderem bater com as mãos contra o vidro quando passa um jogador da equipa adversária... aliás, um dos espécimes que estava mesmo colado ao vidro, não só batia com as mãos, como também chamava nomes aos jogadores e ameaçava-os... enfim, um verdadeiro “red neck”, como eu nunca tinha visto! Parecia mesmo um lenhador!

Os Aeros devem-se ter passado... porque conseguiram ganhar 6-1!!! Deve ser feito inédito! Entretanto, na última parte do jogo (tem 3) assisti a uma coisa que pensava que só existia em filmes: dois jogadores pegaram-se à porrada no meio do rinque! Assistir a uma cena destas é espectacular! As coisas passam-se com alguma solenidade e uma grande dose de respeito (não é como as batalhas campais no futebol sul-americano). Basicamente, as “regras” são as seguintes: quando um jogador acha que a entrada de outro (normalmente sob a forma de encontrão) foi demasiado agressiva, e fica chateado, arranca o capacete e as luvas e dirige-se ao outro. O outro (prevaricador) tira as suas luvas e capacete, e dirigem-se os dois para o centro do rinque assumindo poses de boxers. De seguida, está-se mesmo a ver... há um que atira um murro, e desatam à batatada! Mas isto funciona tudo muito bem, porque tanto os outros jogadores, como os árbitros encostam-se às tabelas e deixam os gajos divertirem-se no meio do rinque. Quando os árbitros vêm que os gajos já estão cansados, ou quando um deles vai ao chão (não convém haver mortos), vão lá separá-los e levá-los para os bancos de castigo, onde os meninos passam os próximos 5 minutos (acho que foram 5...) a descansar e a acalmarem-se! Nada mais civilizado!

Eu dei comigo a pensar: “o que é que será que aconteceria se o gajo que é desafiado pura e simplesmente cagasse para o outro e se fosse embora?” Será que era castigado pelos árbitros por não lutar? Será que era despedido (não sei se lutar faz ou não parte dos contratos dos jogadores, mas que é um bom espectáculo para o público, lá isso é...)? Se fosse eu, provavelmente diria ao outro gajo “o pá, deixa-te de merdas, toma lá as luvas e o capacete, e não me chateies!”

Enfim, foi mais um espectáculo dentro do espectáculo... por outro lado fiquei curioso, será que só há cenas destas no dia da família??? Se calhar, quem sabe? Faz sentido... quer dizer um gajo leva as crianças ao hockey e não acaba tudo à porrada? Isso seria burla... estou já a imaginar a malta toda a pedir o dinheiro de volta!

Nas fotos, podem ver parte do jogo, bem como a mascote dos Aeros, o “Chill E. Dog”, “Chilly” para os amigos, a fazer asneira junto do público! Hoje ainda houve um bónus ao intervalo: um jogo de hockey no gelo entre putos que não tinham mais do que 7 anos! Um fartote!
Letters from Iwo Jima

Apesar de ter andado perdido à saída do Space Center (já era de noite, estava a chover torrencialmente, e nunca tinha estado naquela parte de Houston... OK???), ainda consegui chegar a Downtown a tempo de ir ver um grande filme, “Letters from Iwo Jima” do Clint Eastwood.
Eu confesso que já era um fã do Clint Eastwood enquanto actor, mas acho que enquanto realizador ele tem sido verdadeiramente brilhante.
Quanto ao filme em si, trata-se da segunda parte da série de filmes sobre a Batalha de Iwo Jima na Segunda Guerra Mundial, contando a história sob a perspectiva Japonesa. O primeiro filme (que ainda não vi), “Flags of Our Fathers”, conta a história sob a perspectiva do soldado americano. Acho que o mundo já está (ou devia estar) farto de ver filmes de guerra sob a perspectiva dos vencedores, sobretudo quando os filmes são feitos mais com intenções de propaganda política do que com preocupação com a verdade histórica...
Este filme, curiosamente, consegue preocupar-se sobretudo com a vertente histórica, baseando-se em livros e cartas escritas por soldados japoneses que estiveram na batalha. Quanto à batalha em si, resume-se muito facilmente ao seguinte facto: os japoneses sabiam que não tinham a mínima hipótese de ganhar, e que iriam todos morrer! Para terem uma ideia, só cerca de 240 dos 10,000 soldados japoneses é que sobreviveram.
Penso que, deste género, só encontrei até hoje um outro filme (aliás, existe um filme e um filme para televisão), o “All Quiet on the Western Front” sobre a Primeira Guerra Mundial, e baseado num livro escrito por um sobrevivente alemão do inferno das trincheiras. Nestes dois filmes penso que a mensagem é clara “deixem-se de tretas e de histórias de heróis à cowboy... a guerra só serve para uma coisa “matar pessoas”!





This is mission control Houston...

Confesso que, depois da experiência maravilhosa de ontem à noite, acordei mais bem disposto e optimista e, depois do tradicional pequeno almoço, fiz-me à estrada em direcção ao “Space Center Houston”, o mítico complexo da Nasa que, caso não tenho reparado, deu nome a este blog! O Space Center Houston inclui não só o complexo propriamente dito, onde todo o treino dos astronautas e investigação científica é feito, como também um museu dedicado às missões espaciais tripuladas. Curiosidades: Cape Canaveral na Florida só serve para lançamentos, tudo passa para Houston mal os foguetões levantam voo (eu não tinha a mínima ideia); sempre foi assim, isto é, nunca houve lançamentos a partir de Houston (também não tinha a mínima ideia); entre empregados e prestadores de serviços independentes, a Nasa emprega, no Space Center Houston, cerca de 30,000 pessoas!!!!

A caminho do dito “Space Center” e da zona conhecida como “Space City”, tive a primeira oportunidade para ver o “lado escondido” de Houston, os subúrbios da parte leste da cidade, onde vivem as comunidades mais desfavorecidas. De facto, pouco muda de país para país... as classes desfavorecidas continuam a ver os seus sonhos relegados para as zonas industriais das cidades, onde o preço do terreno por metro quadrado é mais barato, e sem que ninguém se preocupe com os problemas de saúde que, certamente, advém do facto de se viver no meio de fábricas e dos respectivos fumos e outras emissões... Mais uma vez, “the other side of the American dream!”

O museu em si é algo de espectacular! Desde assistir a explicações sobre o interior de uma “Space Shuttle”, a filmes em ecrã gigante de 180º sobre a preparação de astronautas, as caminhadas na lua, exibições com os fatos de todas as missões, algumas das capsulas das primeiras viagens, os carros de exploração da lua, enfim, informação e mais informação... mas o melhor é a visita guiada de 90 minutos às instalações da Nasa propriamente ditas!!! Pode-se ver o famoso “mission control center” donde são controladas todas as operações de lançamento de “Space Shuttles” (é o edifício que vêem na foto, tem a bandeira em cima porque há presentemente um astronauta americano no espaço), o Space Vehicle Mock Up Facility (um pavilhão onde existem modelos em tamanho real da estação espacial internacional, da Space Shuttle, etc., para treino de astronautas!), enfim, um mundo! O complexo da Nasa é do tamanho de uma cidade pequena! É óbvio que, como não podia deixar de ser, o museu ainda inclui um parque de diversões e exposições para os mais pequeninos!

Havia muito para escrever, mas como há muitas fotos para mostrar, este “post” vai ser mais curto. Chamo-vos, apenas, a atenção para as fotos do interior das Space Shuttles... sobretudo para as sanitas... parece que aquilo funciona na lógica do aspirador!!! Ou seja... a malta tem umas mangueiras de sucção que encosta ao buraco/instrumento em causa e...Zás!!! Sempre é melhor do que bolinhas de excrementos e líquidos suspeitos a flutuar pela nave... mas não deixa de ser assustador!!! Outro pormenor interessante é o facto dos talheres, tabuleiros, etc., terem imanes... he, he! A vida é lixada sem gravidade!
























Saturday, January 20, 2007

Houston Aeros vs. Manchester Monarchs

Hoje, mais do que nunca, senti os “Weekend Blues”. Sexta-feira à tarde, nada para fazer no fim de semana... zero de ideias, zero de vontade! A coisa estava difícil. Mas a solução havia de chegar...

Quem me “salvou” foi o Tiago que, em conversa via messenger perguntou-me se já tinha ido ver algum jogo de basket dos Rockets. Por acaso ainda não tinha ido... e pus-me na net a ver o que havia de desporto em Houston este fim de semana (já que o futebol americano e o futebol “civilizado” estão de férias).

O resultado da pesquisa deu: 0 jogos dos Rockets, mas 2 jogos de hockey no gelo dos Houston Aeros (equipa que milita na liga secundária, a “AHL”), um hoje, e outro no Domingo. Para combater a monotonia, decidi ir esta noite e, se gostasse, provavelmente iria também no Domingo!

Resolvido o meu problema de entretenimento, toca a trabalhar de forma a conseguir sair do escritório a tempo de ver o início do jogo às 19h15 (sim, os jogos começam a horas decentes, mesmo à 6ª-feira!)

Se a primeira impressão do “Toyota Center” (pavilhão onde decorrem os jogos de hockey, basket, concertos, etc.) foi boa (trânsito completamente controlado pela polícia, faixas de rodagem reservadas para estacionamento temporário de quem compra ou levanta bilhetes), a impressão quanto entrei no pavilhão ainda foi melhor. Tudo está pensado para fazer da assistência a um evento desportivo um verdadeiro espectáculo e uma oportunidade de convívio. Nos corredores há restaurantes, lojas de merchandise, mesas de “air hockey” e de matrecos em versão hockey no gelo, mascostes a passear de um lado para o outro a fazerem de... mascotes.

Mas ainda havia mais... eu a pensar que as coisas não ficar melhor... até chegar à minha secção da bancada. Eu tinha escolhido lugares “center ice” (o equivalente à bancada central), não dos mais caros, mas com uma boa localização. Ora, esta secção da bancada tem entrada por um bar/restaurante que serve toda a secção, onde se pode comprar comida e bebidas, e depois, se quiseres, podes ficar a ver o jogo num dos bancos virados para o campo! E sem pagar os preços pornográficos que se paga em Portugal para ver um jogo de bola de merda nos melhores lugares dos estádios portugueses... A título de curiosidade, os bilhetes mais caros para o hockey são os que ficam mesmo junto ao vidro (glass seats)... onde dá para ver bem ao perto a cara dos jogadores (normalmente esborrachada contra o vidro) quando levam encontrões, mas onde, ou eu muito me engano, ou não se consegue ter qualquer noção do jogo em si... são opções!

Quanto ao jogo em si, foi verdadeiramente espectacular! Renhido, rápido, com os Aeros a perderem por um golo... não se pode ter tudo! Pelo meio, ainda me fartei de rir com a conversa de uns gajos que estavam atrás de mim (e que destoavam do resto do público)!
Parece que em qualquer canto do mundo, em qualquer modalidade, há sempre dois ou três gajos (ou nalguns sítios e nalgumas modalidades, ainda mais...) que “animam” as bancadas com as idiotices pegadas que dizem! Estes dois começaram antes do jogo... O jogo foi iniciado, simbolicamente, pelo representante de uma universidade da Coreia do Sul que tinha estado em Houston a estudar medicina desportiva ao abrigo de um protocolo! Quando o senhor apareceu no meio do ringue, lá começaram os artistas, com uma bela frase: “Oh Samsung, começa lá com essa treta!” Lindo, pensei para mim, estes dois prometem! Mas o melhor ainda estava para vir... desde resmungar contra um grupo de miúdas que estavam a ver o jogo (ou melhor, não estavam a ver o jogo... estavam na conversa, a beber que nem umas malucas, e a tirar fotos umas às outras como se estivessem num bar ou numa despedida de solteira...), a proferirem frases brilhantes para “encorajar os jogadores” do género: “tirem o soutien e joguem hockey...” Enfim! O curioso é que, num pavilhão quase cheio, eram os únicos (pelo menos na minha secção que, diga-se de passagem, era enorme).

Mais pormenores interessantes: o facto dos Aeros terem vários pretos a jogar (o que não é habitual no hockey no gelo), o facto dos Monarchs terem um Mexicano a jogar (sim é verdade! E para não fugir aos estereótipos, chamava-se Gonzalez, e tinha por volta de um metro e sessenta de altura...) Eu chorei a rir com estas situações, sobretudo com a dos pretos... só me conseguia lembrar de um “Saturday Night Live” em que apresentaram as 10 razões pelas quais os pretos não jogavam hockey... entre elas contavam-se: “não se sentem confortáveis dentro de um recinto fechado com uma porrada de brancos com paus nas mãos”, “não se sentem confortáveis rodeados de brancos com máscaras”, “não sentem a necessidade de dominar mais outro desporto”! Enfim, divirtam-se com as fotos... deixo-vos mais comentários noutra ocasião!
A lição importante a retirar deste jogo é simples: o desporto é entretenimento! Apesar da equipa ter perdido, ninguém atirou nada, ninguém provocou distúrbios, ninguém saiu cabisbaixo do recinto, as pessoas sairam a conversar normalmente, com sorrisos, porque, apesar de tudo, tinham assistido a um espectáculo... a Europa tem muito que aprender no campo desportivo...

Monday, January 15, 2007

15 de Janeiro – Notícias do Canadá... Será o inferno quente??? É que eu estou no inferno... e está um frio do caraças!!!

É fácil esquecer que o Canadá existe... É um país grande, com atitude de país pequeno: não chateia, não invade, não bombardeia, não faz barulho (embora recentemente tenha aparecido nas notícias por causa de um “serial killer”... mas todos os países têm direito ao seu maluco de vez em quando...)

É sobretudo fácil para o vizinho gigante do sul esquecer-se que há quem viva lá para cima! Sobretudo porque não são muçulmanos, árabes, chineses, parte do “eixo do mal”, nem disputam os mercados petrolíferos (pelo menos não de forma tão forte como os chineses e indianos).

Só que o “gigante adormecido do norte”, às vezes, farta-se de ser ignorado e dá notícias... através do FRIO!!! Esta semana foi novamente “semana do Canadá” no Texas (um pouco como a “semana de Marrocos” no El Corte Inglês”... só que muito mais típica... com o clima certo e tudo!) Ou seja, nova frente fria, blá, blá, temperaturas a baixar 20 e tal graus em dois dias, blá, blá, aviso de tempestade de gelo e neve, blá, blá... O QUÊ??? Tempestade de QUÊ? Isto não fazia parte do contrato... tirem-me daqui!

Como sempre, Houston é o último sítio a comer as bombocas... o que nos dá a sensação de vermos tudo a desenrolar em câmara lenta... Primeiro os estados do midwest a comer porrada, depois Dallas, Austin, os condados dos arredores... e tudo quietinho em Houston a olhar para as imagens do satélite XPTO do Weather Channel (que deve conseguir detectar uma tempestade de gases nos intestinos do Rei de Saturno com duas semanas de antecedência, tal a sofisticação que eles anunciam...) a pensar: “será que é amanhã que acordo e tenho o carro cercado por pinguins e um urso polar ao volante???

E assim foi... neve em Dallas, gelo em Austin, cidades sem electricidade, empresas e escolas fechadas e... uff! O pior passou-nos ao lado mais uma vez!

Mesmo assim tivemos vários dias de temperaturas a rondar os -5ºC, empresas e escolas fechadas, a cidade às moscas... e o camelo a trabalhar! É o que dá ser camelo! Mas garanto-vos uma coisa, estava MESMO FRIO!!! Na primeira noite ainda saí do escritório a pensar ir correr,,, até que pus os pés na rua! Nunca tinha sentido gelo a estalar debaixo dos meus pés ao caminhar na rua! Ainda bem que o complexo de apartamentos tem ginásio!!! E aquecimento nos corredores...

Tudo isto fez-me pensar... há para aí malta a dizer que o inferno é quente... Aliás, o teatro do vaticano vai estrear a “Divina Comédia de Dante”, em que no Inferno, ouve-se música rock e blues, no Purgatório, canto gregoriano, e no Paraíso, música clássica. Cada vez mais chego à conclusão que a Igreja tem de contratar um bom técnico de marketing... assim não vão lá, por favor! A malta quer é curtir! Se disserem à malta mais nova “o pá, vais para o inferno, está lá um calor do caraças, anda tudo nú, ouve-se rock e blues meu; mas se fores para o céu, aquela cena está cheia de malta com asinhas a saltar de nuvem em nuvem, a ouvir música clássica”, está-se mesmo a ver o que a malta escolher... a solução que se parece com uma praia de nudismo nas Caraíbas! Agora, se adaptares a imagem à realidade do Século XXI, e disseres: “é pá, aquela merda do inferno é fria como o caraças, está cheia de gajos e gajas com asas, a saltar de nuvem em nuvem, mas não consegues distinguir os gajos das gajas porque não têm sexo, só se ouve música clássica”, a malta vai escolher o céu... está-se mesmo a ver... mudam-se os tempos, mudam-se as vontades! Está na altura de tanto o Diabo como Deus contratarem um técnico de marketing e um decorador de interiores... vão ver que fará maravilhas pelo negócio! Quem tiver dúvidas, pode vir passar uma “semana do Canadá” ao Texas!

Sunday, January 14, 2007

DVDs e Bond, James Bond!



Habitualmente não tenho grande programa para Domingo. Limito-me a ir tomar o pequeno almoço ao sítio do costume, passear um pouco a pé, e depois ficar em casa a ler ou a escrever para o Blog. No entanto, ultimamente, as coisas têm andado um pouco mais complicadas emocionalmente.

Cada vez sinto mais a falta das minhas meninas ao fim de semana e, sinceramente, já estou farto de ficar em casa... Sobretudo porque ainda não tenho um leitor de DVD (preciso de um que seja multi-regiões para a Carolina –e eu- poder ver os DVDs dela), nem um sofá. Portanto, o melhor que consigo é ver filmes no portátil, sentado no chão, o que já enjoa... sobretudo porque o portátil anda a fazer greve a metade dos DVDs que trouxe (sobretudo aos do Black Adder...o que é um verdadeiro crime!). Até dá vontade de cantar: “era uma casa, muito engraçada, não tinha sofá, não tinha nada. DVD, não tinha não e o rabo sentava-se no chão...”

Enfim, eu encaro isto como treino para fazer uma grande passagem marítima solitária: sem companhia, sem grande conforto, com bastante exercício... Acho que sou capaz de aguentar 2-3 meses a velejar sozinho, desde que tenha email e contacto telefónico com as minhas meninas.
Resumindo a história, embora fosse Domingo, decidi ir novamente ao cinema, desta vez para ver o meu velho amigo “Bond, James Bond”. Já tinha ouvido várias pessoas a queixarem-se do filme, já tinha ouvido críticas positivas, a minha opinião? FABULOSO! Acho que o Daniel Craig faz um papel perfeito, ao nível dos melhores Bonds! A postura do gajo, as piadas, enfim, temos Bond! A cena da tortura é das melhores que vi do 007 nos últimos tempos...

Por outro lado, não vem nada a propósito, mas tenho de deixar de ir ao cinema sozinho... pela quantidade de casais gay que vejo nos cinemas, qualquer dia ainda sou engatado!

Battleship Texas e “Perfume – história de um...”

A seguir ao San Jacinto Monument, atravessei a rua para ir visitar a outra atracção do parque: a “Battleship Texas”. Quando foi lançada à agua, a “Texas” era a maior máquina de guerra do mundo, tendo sido, também, a última das grandes “battleships” a prestar serviço em cenário de guerra, tendo estado presente nas duas Guerras Mundiais.
Hoje em dia, este impressionante navio de guerra está ancorado em Houston como museu flutuante, destinado a explicar como era a vida a bordo de um destes “monstros do mar”. O conceito do museu em si é muito básico, mas extremamente eficaz: as pessoas são livres de passear pelo navio quase todo, estando a maior parte dos compartimentos restaurados e decorados como estariam na altura em que era um navio de guerra, e com manequins que demonstram como era o dia a dia no navio. Escusado será dizer que, não só em cada compartimento existem placas a explicar as actividades que lá decorriam, como também os funcionários do navio têm um conhecimento aprofundado da matéria e não têm problemas em ficarem à conversa connosco o tempo que for necessário para esclarecer dúvidas (como aconteceu comigo).

O navio está, de facto, em excelente condição (como podem ver pelas fotos). O mais impressionante é que a recuperação é feita, em parte, pelos funcionários, mas em grande parte também por voluntários que, em determinados fins de semana, vão ao navio ajudar na restauração. O museu, em si, pertence ao “povo do Texas” (que o comprou à marinha quando esta tencionava abater o navio para sucata), e sobrevive essencialmente de doações, do voluntariado, e das receitas de bilheteira. Curiosamente, este é um modelo que se repete em inúmeros museus por aqui, e não se ouve ninguém a queixar-se da falta de financiamento do Estado...

Regressando ao navio em si, confesso que o que mais me impressionou foi o espaço reduzido em que aquela malta vivia e trabalhava. Basta dizer que, em certas zonas, dormiam 50-60 pessoas num espaço de 4m x 5m, em beliches pendurados no tecto, com 4 camas por beliche! Cada desgraçado tinha cerca de 30 cm entre o seu nariz e o beliche de cima! Isto deveu-se, em parte, ao facto do navio ter sofrido grandes modernizações após a 1ª Grande Guerra, que levaram a que a tripulação aumentasse em cerca de 2000 pessoas! Interessante é também o facto de, já naquela altura, os navios serem autenticas cidades, com padaria, lavandaria, alfaiates, lojas de doces e tabaco, bares que vendiam coca-cola e gelados, estação de correios, etc.

Embora os oficiais vivessem em melhores condições, mesmo assim eu não gostaria de ser oficial... diga-se que a única pessoa que vivia em condições minimamente aceitáveis era o Comandante. É assim mesmo! Comandante, é Comandante! Para terem uma ideia do que é “espaço reduzido”, a Cat Balou, ao lado de alguns daqueles compartimentos, parece um palácio!!!

Se quiserem ver mais informações (e fotos bem giras) da Texas, visitem: http://www.ctomscott.com/Introduction.htm, ou www.tpwd.state.tx.us/park/battlesh/battlesh.htm, ou http://www.usstexasbb35.com/. Garanto-vos que vale a pena!

À noite, decidi ir ao cinema ver o “Perfume”, ou seja, a história de um perfumista que se tornou no organizador da maior orgia do Século XVIII, e acabou comido (literalmente)! He, he... não deixa de ser curioso como um mesmo filme pode ser resumido de formas tão diferentes, e mesmo assim não se estar a mentir ou deturpar a história! O que é preciso é imaginação e... olhar analítico!

Saturday, January 13, 2007

A Batalha de San Jacinto e o nascimento da República do Texas

Mais um Sábado, mais um dia livre para fazer o que me bem apetecer... só que, desta vez, com um ligeiro problema: não me apetecia fazer absolutamente nada! É verdade, cheguei a sexta à noite um pouco deprimido, com saudades das minhas meninas. Para piorar as coisas, fui ver a previsão do estado do tempo e... davam chuva! Pus-me a ler o magnífico “Moon Guide to Texas” (mais uma vez, obrigado Pê!), e não havia nada perto de Houston que me interessasse ver! Bolas! E agora??? Não tinha nada para fazer, não me apetecia fazer uma viagem longa para um sítio mais interessante...

Pensei, que se lixe! Vou tomar o pequeno almoço e logo se decide... Algures a meio do meu croissant e capuccino, lá dei comigo a ler o parágrafo dedicado ao San Jacinto Monument, e a pensar para mim “isto não parece ser nada de jeito”. Mas como não ficava muito longe (cerca de 30 km de Houston), como ficava para um lado da cidade em que nunca tinha estado, e como tinha a ver com a história do Texas, lá me fiz à estrada, embora com pouca convicção.

O San Jacinto Monument é um monumento à batalha decisiva que levou à independência do Texas (do México), e à criação da República do Texas, estado soberano, que durou apenas dez anos antes de ser anexado aos Estados Unidos da América, mas que ainda hoje desperta muitas paixões (ao ponto de alguns notáveis continuarem a assinar os seus documentos como sendo elaborados na “Republic of Texas”. Fisicamente, o monumento parece um pila gigante (de fazer inveja ao Cutileiro), com uma estrela na ponta! Aliás, será mesmo a maior pila do mundo, já que está no Guiness como o monumento de pedra mais alto do mundo! Na base da pila, perdão, do monumento, encontra-se um pequeno museu que relata a história da independência do Texas, e que passa um bom filme dedicado ao mesmo assunto, relatado por esse conhecido mentecapto, o Charlton Heston.

Resumindo um pouco a história da República do Texas, o que se passou foi o seguinte. Depois do Tejas (como então se chamava) ter passado a integrar o México (algum tempo depois da Espanha ter ficado com o território que havia pertencido à França, e do próprio México ter obtido a independência da Espanha...), os hermanos Mexicanos depararam-se com um problemazito... ninguém queria habitar aquela região inóspita. Os descendentes dos espanhóis achavam-se demasiado finos, e aquela trampa estava cheia de índios, foras de lei, cobras, lagartos, cactos, etc. A solução acabou por ser uma série de moços de origem europeia (Checos, Alemães, etc.) e Norte Americana, que decidiram pedir concessões de terrenos aos mexicanos para povoarem o Tejas. Os mexicanos, como estavam desesperados, lá acederam, e várias pessoas que depois se vieram a tornar famosas trataram de fundar colónias e de trazer americanos e europeus para habitar a zona.

Acontece que, a certa altura, um tal de General Santa-Ana, Presidente-Ditador do México apercebeu-se que havia mais não-mexicanos no Tejas, do que mexicanos... um ligeiro problema... E como essa situação ameaçava a integridade territorial do seu país, decidiu juntar a província do Tejas à província de Coahuila (maioritariamente hispânica), formando uma nova província de Coahuila y Tejas, atribuindo a maior parte do poder político a Coahuila. Seguiu-se a revogação da constituição liberal, a adopção de um modelo centralista o que, resumindo as coisas mais uma vez, chateou os moços americanos e europeus que decidiram que não iam aturar aquilo, e decidiram declarar a independência! Ou, visto de outro ponto de vista, roubar uma parcela de território a um Estado soberano (mais ou menos como os Albaneses decidiram fazer no Kosovo com o apoio dos... americanos! Curioso...).

podem calcular, o moço Santa-Ana não achou lá muita piada, e decidiu marchar sobre o Tejas com um exército de 3000 e tal macacos, bem equipados e treinados, para esmagar o exército improvisado da auto-proclamada “Republic of Texas”, liderada por Sam Houston. Como seria de prever, o exército Texano foi levando enxerto de porrada atrás de enxerto de porrada (o mais famoso dos quais foi o que receberam na Batalha do Alamo, e que levou a que todo o exército Texano dentro do forte fosse massacrado). E assim chegamos a um belo dia, nos arredores do que é hoje em dia Houston, em que o General com o mesmo nome descobre que o Santa-Ana se dirigia para a localidade de San Jacinto com apenas 700 homens. Encontrando-se pela primeira vez na vida em superioridade numérica, Houston decide deixar de fugir (actividade na qual se tinha tornado especialista, para desespero dos seus homens) e atacar Santa-Ana, nas margens do Buffalo Bayou. Para tornar as coisas mais interessantes ainda, o idiota do Santa-Ana, contra as indicações dos seus comandantes, decide mudar a posição do seu acampamento para uma parcela de terreno onde ficariam: 1) numa posição em que não conseguiam ver o inimigo, 2) de costas para o rio, 3) cercados por pântanos... portanto, uma decisão estratégica muito inteligente.

Como se as coisas não estivessem suficientemente más, ainda decidiu mandar os seus homens dormir (tinham chegado cerca de 500 reforços que estavam muito cansados da marcha forçada), porque os Texanos de certeza que não iam atacar naquele dia... dito e feito, está-se mesmo a ver o que aconteceu... o Houston decidiu atacar (curiosamente contra as indicações dos seus comandantes). Os Mexicanos foram, verdadeiramente, apanhados com as calças em baixo, e levaram uma tamanha coça que a batalha de San Jacinto durou apenas 20 minutos, com menos de 10 Texanos mortos, contra 630 mortes Mexicanas, 208 feridos, e 730 prisioneiros, entre eles o próprio Santa-Ana! Claro está que o Santa-Ana sentiu-se na obrigação de ser simpático e assinar um tratado de paz com o Texas.

No entanto, parece que quem não gostou da brincadeira foi o Parlamento Mexicano, que nunca aceitou a independência da nova República do Texas. Assim sendo, quando ao fim de 10 anos de independência o Texas decidiu pela anexação aos Estados Unidos da América, estalou a guerra México-EUA, que terminou com uma vitória avassaladoura dos EUA, e a conquista ao México de 1/3 do actual território dos Estados Unidos, nomeadamente os territórios que dão para o Oceano Pacífico!!! Dá vontade de perguntar “como é que seria o equilíbrio de forças na região se, em finais do Século XIX, os EUA não tivessem ganho a guerra com o México e conquistado essa fatia toda de território???

Para acabar a minha passagem pelo monumento, decidi tirar mais umas fotos artísticas, o que levou a que fosse comido vivo por centenas de mosquitos verdes (verdadeiramente enormes e assustadores) que tinham decidido vir celebrar os 27ºC e tempo de chuva para junto do monumento... Também não ajuda o facto do dito pirilau estar rodeado de relva e situado junto ao raio do rio! Fui forçado a reconstituir uma pequena Batalha de San Jacinto, chacinando uma porrada de mosquitos! Quem quiser saber mais informações sobre a Batalha e a independência do Texas, pode ir a http://www.sanjacinto-museum.org/ , ou a http://en.wikipedia.org/wiki/Texas_Revolution. Vale a pena!

Já que falamos de guerra, relembremos o que cantam os Dire Straits:
Brothers in arms

These mist covered mountains
Are a home now for me
But my home is the lowlands
And always will be
Some day you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms
Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've watched all your suffering
As the battles raged higher
And though they did hurt me so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms
There's so many different worlds
So many different suns
And we have just one world
But we live in different ones
Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line on your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms

The man’s too strong

I'm just and ageing drummer boy
And in the wars I used to play
And I've called the tune
To many a torture session
Now they say I am a war criminal
And I'm fading away
Father please hear my confession
I have legalised robbery
Called it a belief
I have run with the money
And hid like a thief
I have re-written history
With my armies and my crooks
Invented memories
I did burn all the books
And I can still hear his laughter
And I can still hear his song
The man's too big
The man's too strong
Well I have tried to be meek
And I have tried to be mild
But I spat like a woman
And sulked like a child
I have lived behind walls
That have made me alone
Striven for peace
Which I have never known
And I can still hear his laughter
And I can still hear his song
The man's too big
The man's too strong
Well the sun rose on the courtyard
And they all did hear him say
'You always were a Judas
But I got you anyway
You may have got your silver
But I swear upon my life
Your sister gave me diamonds
And I gave them to your wife
'Oh father please help me
For I have done wrong
The man's too big
The man's too strong

Wednesday, January 10, 2007


Vícios, barcos, canas de pesca, e... cowboys???

Hoje decidi cometer várias loucuras! É verdade, eu que andava todo atinadinho e, de um momento para o outro, decidi visitar aquele antro do vício que dá pelo nome de “Houston Boat Show”!

Cada maluco com a sua mania, cada agarrado com o seu vício... há os viciados em droga, em tabaco, em chocolates, enfim, há mil e uma possibilidades. Eu ao menos sou viciado em coisas minimamente saudáveis... pelo menos para o corpo, se não para a carteira. Mas é verdade, a vida está cheia de vícios, e um dos meus são os veleiros, portanto nada melhor do que sair do trabalho e dirigir-me ao tal “Boat Show” para vasculhar as novidades do mercado e, sobretudo, comparar os modelos americanos com o que habitualmente se vê pelos salões e mares da Europa.

Embora anunciasse mais de 1000 barcos em exibição, o “Boat Show”, infelizmente como a maior parte dos salões náuticos, conta com algo como 970 barcos a motor, e uns míseros 30 exemplares movidos a vela, dos quais só cerca de 20 é que se podem classificar de verdadeiramente interessantes (ou seja, acima de 20 pés). A sorte é que dá para ver os veleiros (devido à altura) e, portanto, um gajo não tem de ver as novecentas e tal banheiras poluentes e ruidosas para chegar ao que verdadeiramente interessa! Por mero acaso, a minha visita começou logo por um “Hunter 25” que, supostamente, seria um concorrente da minha “Cat Balou”. O Hunter, novinho em folha, com atrelado, fica ao dobro do preço do Cat, o que não é mau para um barco novo. Aliás, o 25 está pensado como um bom veleiro de cruzeiro para principiantes. Como pontos a favor, a roda do leme, o bimini (cobertura para o poço que protege os ocupantes do sol), e os assentos no corrimão da popa, três aspectos que dão uma habitabilidade muito boa ao Hunter, e que são raríssimos (enquanto opção base) na Europa em barcos inferiores a 30 pés. Apesar desta vantagens, o interior do Hunter pareceu-me mais acanhado e mais pobre do que o Cat.

No mesmo campo dos 25 pés, visitei uma verdadeira desilusão, o Catalina 250. Demasiado baixo (não se consegue estar em pé lá dentro sem sermos forçados a dobrar o pescoço todo), demasiado estreito, e demasiado plástico. Como ponto positivo, os assentos na popa (um “must” em qualquer veleiro americano). Modelo interessante da Catalina é o 320, que me pareceu capaz de rivalizar com os modelos europeus, sobretudo devido ao seu interior que transmite uma sensação de espaço e luz. Parece que o “bicho” foi recentemente remodelado, e bem remodelado!

O passo seguinte foi a visita aos dois Beneteaus que estavam em exibição, o 423 (com um casco verde magnífico) e o 49... Enfim, viva o luxo! Os interiores destes dois brinquedos são verdadeiramente fabulosos: autênticas casas flutuantes, cheios de estilo, e cheios de luz: parece que as janelas (sim, os barcos podem e devem ter “janelas”, como ensina o Amyr Klink) grandes são uma das principais características dos modelos mais recentes! O exterior também dá asas à imaginação... é indiscritível o que senti em frente do leme destes dois brinquedos, a olhar para a proa! É verdade, a vela é como a droga ou qualquer outro vício, quanto mais se tem, mais se quer!!! Depois de ter dito inúmeras vezes que jamais quereria um barco daquele tamanho, cá estava eu a sonhar estar ao leme dum daqueles monstros, rodeado da família e dos amigos... enfim, delírios de pateta sonhador...

Nas visitas seguintes caí novamente em mim! De facto, como eu e o Nuno já tínhamos chegado à conclusão durante a Nauticampo 2006, o ideal são 30-33 pés. É o tamanho ideal para sair confortavelmente com até 6 pessoas a bordo, passar um fim de semana ou férias curtas. Tudo o que seja maior é óptimo para viver a bordo a reforma, ou para atravessar oceanos e dar a volta ao mundo, mas grande demais para o dia-a-dia de quem ainda (infelizmente) tem de estar preso a terra pelo trabalho. Dentro deste tamanho, gostei particularmente dos modelos da Hunter (o 31 e o 33). Barcos muito equilibrados, com muito conforto interior e exterior, e com mariquices que não se vêem na Europa, tais como Plasmas e DVDs, ar condicionado, chuveiros com cabine, interiores das casas de banho parcialmente em madeira, biminis de série, roda do leme de série em todos os modelos, assentos no corrimão da popa, enfim, outro conforto!

Segundo os vendedores, esta forma de encarar os barcos tem a ver com o facto de os veleiros, nos Estados Unidos, serem verdadeiramente “brinquedos” de família. É que nos EUA, os barcos são, na generalidade, um projecto do casal, ou seja, tanto o marido como a mulher velejam, enquanto na Europa a tendência é para ser o marido a velejar, e a mulher a fazer companhia ou, quando as viagens implicam algum tempo no mar, a ir lá ter de avião. São mentalidades e formas diferentes de encarar a vela, e que levam a diferenças grandes nos modelos de um continente para o outro: até os Beneteaus feitos nos EUA são diferentes dos europeus.

Para terminar a minha descrição do salão, não posso deixar de falar das inúmeras canas de pesca, barcos dedicados à dita actividade e cowboys... sim, é verdade, foi a maior concentração de cowboys a que assisti desde que estou em Houston (e o rodeo é só para o mês que vem...). Como isto é um estado muito “macho”, a malta gosta de pesca! Portanto, o raio do salão está recheado de canas, coletes e outros apetrechos para a pesca! E chapéus de cowboy, e cowboys, a única desilusão foi não haver caçadeiras, metralhadoras, granadas e outros apetrechos típicos da malta que gosta dos “outdoors” (ou pelo menos que eu associo a esses seres cá por estas paragens). Eu que estava à espera que me oferecessem uma espingarda com o bilhete, e afinal só ganhei uma subscrição a uma revista de vela...

Deixo-vos com uma breve história contada pelo meu instrutor de vela (um verdadeiro castiço texano, que aparecia para as aulas com calções azuis da nike quase pelo joelho, t-shirt branca, meia branca e sapatos de vela...). Parece que ele tem um amigo que tem a mania que é todo macho, e que gostava de dizer que o John (o meu instrutor) era uma “menina”, porque a vela é desporto de meninas, enquanto que a pesca é que é desporto de macho... Consta que um dia, diante de um grupo de amigos, o tal “macho” terá iniciado a sua lenga-lenga, até que o John lhe perguntou (em texano), “ouve lá, quando estão 25 nós de vento, chuva, ondas de 2 metros, onde é que tu estás?” Ao que o outro terá respondido, “estás parvo, estou em casa sentado no sofá!”. O John então terá respondido, “ai é... olha, eu estou no meio do Golfo do México a divertir-me à brava!!!” Pois é meus amigos!!! E querem saber mais... é como a droga... quanto mais vento, mais chuva, mais água salgada a saltar para a cara... MELHOR É A SENSAÇÃO!

Ficam com umas fotos dalguns dos interiores que eu mais apreciei, e de um verdadeiro “cowboy”... certamente pescador, certamente macho... e certamente que fica em casa quando chove e está vento! Eu vou dormir... e sonhar com cascos verdes... 40 e tal pés... sal e vento na cara... oceanos, golfinhos e tartarugas gigantes... e a Tânia a chamar-me maluco! He, he! Nuno, vai poupando dinheiro... "the world's oceans shall be our playground!"

Monday, January 08, 2007

Timor Cartoon, sempre em grande!

A situação política e social continua um pouco incerta, e o magnífico autor do http://timorcartoon.blogspot.com/ continua em grande! Decidi “roubar” mais dois cartoons para o vosso divertimento... e para se esquecerem que, lá no fundo, também têm medo do escuro!



Acendam as luzes... tenho medo do escuro!

Quem é que não tem medo do escuro??? Sinceramente, deixem-se de tretas e de pensamentos esquematizados tipo “só as crianças é que têm medo do escuro... eu sou muito adulto para isso!” É verdade, o escuro é um dos primeiros medos que as crianças têm (Tanocas, corrige-me se estou errado), e os adultos passam tempos e tempos a tranquilizá-las, a espreitarem debaixo da cama com elas, dentro dos armários, para provar que não há lá nada. E depois... vencem-se os traumas e medos, ou esquecem-se apenas, para nos assaltarem mais tarde, quando menos esperamos? Eu falo por mim, quantas vezes não acordo sobressaltado a meio da noite, a dar pontapés no ar, porque sonhei que estava algo no escuro a olhar para mim... ou será que sonhei?

Esta reflexão não vem do nada. A verdade é que hoje, quando cheguei a casa, decidi que iria dar uma corrida, apesar de estar estoirado, dorido, com uma crise alérgica desgraçada, e estarem 6 graus na rua. Decidi, como tantas outras vezes ao longo da minha vida, que as dores e as alergias passariam se fosse suar! Então tomei a decisão, finalmente, de mudar de sítio de corrida, e ir para o parque que fica em frente à minha casa (Bayou Park). Sim, porque a ideia de ter de conduzir 10 minutos para ir correr para o Memorial Park não me estimulava muito hoje...

Dito e feito, atravessei a rua e comecei a correr. O Bayou Park é um parque delicioso para passear durante o dia, cheio de árvores e esculturas, que corre junto às margens do Buffalo Bayou (o tal rio que atravessa Houston) e que, durante o dia, está cheio de malta a correr a todas as horas (até ao meio dia ao dia de semana). Acontece que, à noite (e ao contrário do Memorial Park) está completamente deserto, e tem pouca luz... Ora, o bom do Ricardo, armado em campeão (muito adulto) fez-se ao parque e foi correr, junto à estrada, verdade seja dita, porque tinha mais iluminação, mas aventurou-se para o parque, ainda por cima a ouvir música no MP3.

A certa altura dei comigo a pensar “o que é que estás a fazer ó seu idiota???” A correr num sítio destes, deserto, escuro, à noite... e se te acontece alguma coisa? E se salta algum maluco das árvores e dá-te um ripada? E se tens um ataque de asma e cais para o lado? Ao menos no Memorial Park há luz, e sempre mais umas centenas de pessoas a correrem ao mesmo tempo que tu. Daí a começar a ficar paranóico foi uma questão de segundos! De facto, o medo irracional do desconhecido é uma coisa maravilhosa! O parque estava completamente deserto, e eu a imaginar que poderia estar algum maluco à minha espera para me fazer mal (filmes a mais...). A verdade é que acelerei o passo (e o ritmo cardíaco) e consegui fazer 35 minutos ida e volta até downtown (o que a caminhar demoraria mais do que uma hora!). Também é verdade que não era essa a intenção, mas sim correr devagar para queimar gordura, mas que se lixe!

Para tornar as coisas piores, tive de passar por baixo de não sei quantos viadutos sem luz, correr em parte da via rápida porque fiquei sem passeio, encher-me de lama porque para correr mais perto da estrada tive de sair do caminho, enfim, uma aventura. No meio disto tudo, fiz um registo mental: “pensa melhor antes de escolheres o sítio para onde vais correr e, acima de tudo, estudo o percurso primeiro seu idiota!” Para a próxima vou para o Memorial Park...

Tudo isto levou-me a pensar no medo do escuro e, durante quase toda a corrida, a remoer na cabeça uma velhinha música dos Iron Maiden... vejam lá se se lembram, se gostam, ou se se identificam com ela... eu sei que sim! Não deixa de ser curioso que partilhamos os mesmos medos dos homens das cavernas...

Fear of the Dark
Iron Maiden

I am a man who walks alone
And when I’m walking a dark road
At night or strolling through the park
When the light begins to change
I sometimes feel a little strange
A little anxious when its dark

Fear of the dark, fear of the dark
I have a constant fear that someone’s always near
Fear of the dark, fear of the dark
I have a phobia that someone’s always there

Have you run your fingers down the wall
And have you felt your neck skin crawl
When you’re searching for the light?
Sometimes when you’re scared to take a look
At the corner of the room
You’ve sensed that something’s watching you
Have you ever been alone at night
Thought you heard footsteps behind
And turned around and no ones there?
And as you quicken up your pace
You find it hard to look again
Because you’re sure there’s someone there

Watching horror films the night before
Debating witches and folklore
The unknown troubles on your mind
Maybe your mind is playing tricks
You sense and suddenly eyes fix
On dancing shadows from behind

Fear of the dark, fear of the dark
I have a constant fear that someone’s always near
Fear of the dark, fear of the dark
I have a phobia that someone’s always there

When I’m walking a dark road
I am a man who walks alone

Sunday, January 07, 2007

Já sou navegador encartado!

Pois é, esta é a grande novidade deste fim de semana! Passei no meu exame da “American Sailing Association” e, consequentemente, já posso andar por aí a abalroar pontões e a apanhar linhas de pesca de pescadores distraídos!

E tudo isto saiu-me a uns míseros USD$200, e dois dias de curso, o que, quando comparado com as infindáveis noites passadas numa sala de aula e os 600 e tal € que paguei pela carta de Patrão Local, até foi um bom negócio! Por outro lado, as 12 horas passadas no mar deram para adquirir novos conhecimentos práticos, sempre importantes, dado que, em Portugal, continua a entender-se que é melhor saber identificar todas as partes de um navio da marinha mercante, do que saber velejar... enfim, mentalidades diferentes!

No meu caso, a experiência foi ainda melhor, já que consegui “cravar” mais uma aula de mar ao instrutor. Aliás, não foi bem “cravar”, o que se passou é que, como eu tinha feito a minha primeira aula no Sábado (em Novembro), e depois tinha sido chutado para Timor no Domingo, perguntei aos moços se podia repetir a aula de Sábado e eles, à boa maneira Texana, disseram “se quiseres estás à vontade, teremos muito prazer.” Dito e feito, mais seis horas num barquito à vela, mais umas horitas de felicidade para este desgraçado só e abandonado no “far west”.

Curiosamente, reencontrei dois colegas meus do primeiro curso que aproveitaram o Sábado para sair com a malta que estava a fazer o curso (mais uma facilidade que a escola dá e que seria impensável em Portugal). Achei interessante o facto dos meus “compinchas” me terem confessado que o teste não era difícil, e que até a “maluca” tinha passado (a maluca era uma senhora, com cerca de setenta anos, que não só estava a fazer o curso connosco, mas tinha entendido que seria divertido fazer um curso de “Sunfish” –um barquito que parece uma prancha de surf em ponto pequeno com uma vela, anda a uma velocidade estonteante, exige bastante agilidade, e atira os ocupantes para o mar com muita frequência). Diga-se de passagem que não tinha nada contra a “maluca”, mas o facto de alguém que, como diriam os meus amigos australianos, “couldn’t find her own arse with two hands”, ter passado no curso, deixava-me um pouco mais à vontade.

A verdade é que nada podia preparar-me para o que encontrei no dia seguinte... O Exame, se é que lhe podemos chamar verdadeiramente isso, consistia num enunciado com 130 perguntas, que deveriam ser concluídas em uma hora e meia. As perguntas seguiam o conhecido modelo de “teste americano”, ou “teste de cruzinhas”, mas com uma particularidade interessante... Como alguns saberão, os “testes de cruzinhas” na Europa são muito contestados por serem demasiado fáceis, e possibilitarem ao aluno atirar uma resposta ao ar tendo sempre a hipótese de acertar, mesmo que não saiba a resposta. Ora, o verdadeiro “teste americano” é muito mais delicioso do que isso! Pois é, enquanto que o “teste de cruzinhas” europeu tem uma pergunta com três ou quatro respostas possíveis, o modelo do “teste americano” tem quatro perguntas com quatro respostas possíveis que só podem ser usadas uma única vez em cada grupo. Ou seja, mesmo que não tenhas a mínima ideia de uma das respostas, basta responderes às outras para descobrires a resposta por exclusão de partes! MAGNÍFICO! Por isso é que o Bush tem um MBA!!! Também quero!

Resumindo e concluindo, ao fim de cerca de 35 minutos de risota total tinha respondido às minhas 130 perguntas. Quando chegou à altura da correcção o moço que estava antes de mim foi congratulado por ter acertado em 95 respostas... Quando foi a minha vez, o instrutor ficou espantado por eu ter acertado em 129 das 130 (falhei a merda da penúltima pergunta sobre luzes... mais ou menos a mesma que falhei no meu exame de patrão local... deve ser um acto falhado). O instrutor ficou com a boca aberta a olhar para mim, e eu tive de entrar no jogo e dizer-lhe que o exame era difícil e que eu tinha estudado imenso (3 horas de véspera e mais uns pozinhos no avião...). Coitado, era muito boa pessoa, e se eu lhe revelasse que o teste era cagativo, e que a estrutura das perguntas permitia a qualquer gajo que não soubesse as respostas todas (mas tivesse um cérebro ligeiramente mais evoluído do que um cágado) acertar à mesma, seria destruir o mito de uma vida inteira a leccionar.

Portanto encartado e feliz, fui para casa com um sorriso na cara. Para tornar as coisas ainda mais interessantes, está a decorrer o “Houston Boat Show” e já combinei com um dos meus “compinchas” do primeiro curso (um dos Árabes... estou mesmo a habilitar-me) ir lá dar uma vista de olhos na terça-feira à noite! “When I was a young boy... I wanted to sail ‘round the world...”

Thursday, January 04, 2007

Mais um voo, mais uma volta... De regresso ao carrossel!

Após um merecido descanso, e duas semanas e meia de alegria constante proporcionada pelo convívio com a família e pelas traquinices da Carolina, toca de enfiarem-me novamente num avião a caminho da terra do tio Sam. Mais uma vez, sem poder levar as minhas pequeninas comigo... a merda do visto nunca mais está resolvido! Ao menos, ao que tudo indica, desta vez será só por um mês. Mais uma vez o meu querido papá levou-me ao aeroporto a horas indecentes, e mais uma vez safei-me das filas do check in por ter feito o meu via net! Bendita tecnologia! Aliás, a única outra pessoa que conheço e que estava acordada àquelas horas (para além de eu e o meu pai) era o Nuno (grande marinheiro de gabarito internacional e co-tripulante do Cat Balou) que tinha entrado ao serviço no aeroporto às 5:30 da manhã (não te invejo companheiro), e que veio fazer-nos companhia uns minutos antes de eu entrar para a área de embarque.

Neste voo, para além de mahjong, dediquei-me (enquanto a pachorra durou) a estudar para o meu exame de vela, que vou ter de fazer este fim de semana em Houston. Para os que não sabem a história, em vez de tentar o reconhecimento do meu curso de Patrão Local nos EUA, eu decidi tirar o equivalente localmente, já que, calculo: deve ser bem mais rápido, dar menos chatices, ser mais proveitoso pois permite-me navegar em águas que são desconhecidas para mim com pessoas que as conhecem. Por outro lado, os cursos aqui não são caros, sempre consigo umas oportunidades para ir velejando, e vou-me familiarizando com a terminologia náutica anglo-saxónica (embora as minhas leituras já me tenham ajudado bastante neste capítulo).

Estava eu a ler a matéria para o exame enquanto esperava pelo meu voo de ligação no aeroporto CDG em Paris, quando descobri uma coisa maravilhosa... Eu devo ser um terrorista! Sim, não me bastava o novo acordo celebrado entre os Estados Unidos e a União Europeia (representada por esse grande Presidente da Comissão, Durão “Burroso”) e que admite que todos os europeus são terroristas até prova em contrário (permitindo aos EUA vasculharem as nossas contas de email, cartões de crédito, etc.), ainda fui deparar com vários outros indícios de que sou um desses seres maléficos. Um dos elementos de estudo para o curso é um panfleto da US Coast Guard, com indicações para os velejadores de como podem ajudar a manter a “Homeland Security”. Entre as recomendações, os moços sugerem que se participe às autoridades sempre que se assista a qualquer das seguintes actividades: pessoas “suspeitas” que estejam a navegar junto de pontes, docas e marinas: que estejam a tirar fotografias ou filmar esses locais; que andem devagar junto a esses locais; que andem a velejar ao cair da noite, etc.

Ora, considerando que eu tenho andado a velejar junto a pontes, marinas e docas, tenho andado a tirar fotografias desses locais, tenho andado a velejar até ao por do sol, tirei o curso com dois árabes, costumo velejar com alguém que trabalha num aeroporto, estive recentemente em Bali, e, ainda por cima, SOU EUROPEU... só posso ser um terrorista!!! Prendam-me se faz favor! Cambada de paranóicos patéticos!

A coisa tornou-se ainda pior quando cheguei ao “George Bush Intercontinental Airport Houston” (não estou a gozar, o aeroporto tem mesmo o nome do papá do idiota). Assisti a uma das cenas mais ridículas e chocantes desde que cá estou: no avião em que viajei viajavam um casal muçulmano com uma miudinha de cerca de 5 anos, cuja mãe usava um lenço na cabeça. Como podem calcular, enquanto as outras pessoas demoravam 2 minutos no controle de passaportes, estes desgraçados demoraram cerca de 15 minutos, findos os quais foram escoltados por seguranças armados para outro local qualquer do aeroporto... linda imagem que a criança vai ficar desta nação “livre e democrática”. É aquela instituição tão justa a que chamam “racial profiling” no seu melhor, e que não passa de uma forma sofisticada de dizer “racismo” e “discriminação”!

Tuesday, January 02, 2007

Prenda do mano!

Este “post” é uma oferta do Pedro, meu querido irmão, que ainda consegue estar mais longe da Europa do que eu. Pois é, o mano, enquanto se divertia a ver as novidades deste Blog, decidiu pegar num dos textos, e passá-lo pelo babelfish, o motor de traduções do altavista. Espero que gostem do resultado da tradução do “post” do dia 7 de Dezembro para inglês! O mais divertido disto tudo é que há quem use este tipo de sites na internet para fazer traduções que depois tentam vender aos clientes... confesso que essa atitude verdadeiramente desonesta, idiota e louca tem-me proporcionado alguns dos momentos mais hilariantes da minha vida profissional, e também alguns dos mais penosos, já que tentar fazer sentido de algumas dessas “traduções” até dói!
Eu gostei particularmente da tradução de "lá no fundo"... "back in the deep one"!!! LOL

“It is NATALI!Light and luzinhas... the city is full of light and luzinhas! It was not native, "the season you be jolly, la, la, la, la, la..."
As everything in this cantinho of the world, the things go appearing devagarinho... Most intent they go detecting the first signals (in mine in case that rolling of luzinhas teeny to the return of the trees in the park in front of the City council), later, of one day for the other, ZÁS! Already it is, the city seems a Christmas tree!
I already had repaired in the such luzinhas in the trees, in the illuminated deer in front to the building of the office, in the giant trees of Christmas and the crowns, in the houses decorated with a thousand and a light in the gardens, to make to more remember to the houses bimbas of Portugal (by the way, he is in contrast, are the houses bimbas of Portugal that imitate the American houses bimbas), but nothing he could prepare me for what I found this night when I left the elevator of the office... Badly the doors had confided heard a strident sound of German voices to sing those typical musics of the Alps ("yodles")! As when the things are bad, alone they can get worse (law of Murphy), I came across myself with one without number of youngsters, raparigas and adults, blond, dresses with shimstocks, suspensórios, and other clothes equally ridicule, to dance of form to touch with the hands in the feet while they cried out "ololé, ololé, ololé, iu..."
For moments I had the sensation that we were to be invaded by the Germans who had come to complain the Texas, after having practically been the responsible ones for having stolen the territory the Mexicans (the lesson of complete history is for another occasion)! ACHTUNG DEUTSCHLAND! Until I shot myself for the soil and I asked for reinforcements to the army! Later I remembered to have seen any thing on the reconstitution of a German Christmas in a poster any. Also I remembered to have seen one gentlemen of morning and to the hour of ones the lunch to mount casinhas type "casinhas of the Alps".
Back in the deep one, I had penalty to be with haste and not to have had time to investigate more (a medal of the Congress for counterespionage services could until having profit). I was to laugh me the way all... The Americans only stop in half dozen of hours converting the entry hall of a building into German village...
More impressive he is that, in the following day of morning, when went to investigate better, he had all missing person! The building was such and which had been in the previous days...It will have been a dream? It will have been an attempt of failed and sultry invasion? Certainly it is a case for the X-FILES! Mulder... "