Thursday, August 28, 2008

HOPE...
Tudo começou com mera curiosidade da minha parte... quem seria esta pessoa que, cheio de coragem (ou loucura), preparava-se para concorrer contra a "futura Presidente dos EUA"???
Desde que o marido havia saído da Casa Branca que o mundo aguardava tranquilamente pela vinda de Hillary... Ela própria desde cedo traçou os seus objectivos: primeiro o Senado, depois a tentativa de conseguir a presidência do mesmo, e de seguida, a Presidência do país. Na teoria era fácil: ela era uma mulher, tinha charme, poder, conhecimento, experiência... e depois começou a corrida para a nomeação do partido democrata.
À medida que Barak Obama começou a avançar nas "primárias", a minha curiosidade passou a interesse... sobretudo quando me apercebi que tanto os seus opositores democratas como o próprio partido republicano passavam a vida a atacá-lo ferozmente, inventando mentiras (era muçulmano, era radical, etc.) O interesse deu lugar a estupefacção sempre que ouvia os brancos, supostamente educados dizer "ele é preto...", os pretos dizer "não é suficientemente preto", e os latinos dizerem o mesmo que os brancos... Até que ele começou a ganhar... mais do que ganhar, começou a inflingir derrotas pesadas aos opositores, passou a estar à frente na corrida à nomeação.
E aí eu parei para ouvi-lo. Pesquisei, li, ouvi e... fiquei surpreendido. Curiosamente, pela primeira vez em muitos anos, prestei atenção a sério a uma eleição. Pela primeira vez desde 1995, senti-me cativado por um candidato; verdadeiramente interessado no que tinha a dizer... e nem sequer era o meu país que ia a votos. Muito se tem dito e escrito sobre o agora candidato Presidencial Obama... independentemente dos resultados de Novembro, muito se escreverá e dirá no futuro... mas quem está aqui não pode deixar de se sentir tocado...
O ataque dos republicanos, neste momento, centra-se naquilo que supostamente ele não tem (experiência), mas a verdade é que aquilo que me atrai (e a milhões de pessoas não só nos EUA mas no mundo inteiro) é o que ele representa: é jovem, altamente inteligente, eloquente, civilizado (que enorme mudança em relação à política do costume), sonhador, racional, estudioso... e consequentemente, credível. O lema da campanha tem sido HOPE (ESPERANÇA) e CHANGE (MUDANÇA). E é mesmo isso que ele representa, uma enorme esperança não só para os EUA mas para o mundo inteiro! Uma esperança de mudança, uma esperança no futuro... algo que os políticos "experientes" não têm capacidade para transmir... pois foram eles que destruíram o mundo em que vivemos.
No que me diz respeito, estou convencido: ele que ganhe, que ganhe e faça o que tem a fazer. Se correr bem, o mundo será um lugar melhor, se correr mal... ao menos conseguiu fazer algo que ninguém fazia há anos: FEZ-NOS SONHAR E ACREDITAR!
Com isto começa uma série de lançamentos no blog de carácter vincadamente político... com este lançamento quebro uma regra de ouro que tenho respeitado desde que comecei a trabalhar: "não me pronunciar sobre a política dos países estrangeiros onde trabalho"... que se lixe! Também eu tenho o direito de sonhar, de acreditar... num mundo melhor! Pela primeira vez em anos voltei a acreditar que a mudança é possível. Espero que este exemplo ecoe pelo mundo... e que nessa cantinho à beira mar plantado que é Portugal, surja alguém com a clarividência do Barak Obama!
O discurso de aceitação dele está quase a começar... e eu estou sentado em frente à televisão (como tenho estado, aliás, todas as noites desde o primeiro dia da convenção democrática)... entusiasmado! quem diria... eu pelo menos nunca sonharia que tal fosse possível. YES WE CAN!













E de repente o céu escureceu...

O tempo em Houston, nos últimos dias, tem estado magnífico: o calor e a humidade de sempre, mas desta vez com sol!!! Aliás, hoje esteve sol de manhã, sol à tarde e prevê-se sol para o fim de semana, apesar da aproximação do Gustav à costa do golfo... e há 5 minutos atrás estava sol...

Entretanto, de um momento para o outro, ouvi um ruído estranho atrás de mim. Olhei janela fora... e o céu estava preto, chuvia torrencialmente, embora ao longe, da minha janela, visse o resto da cidade debaixo de um sol radioso! Numa questão de segundos, deixei de conseguir ver o resto da cidade (tal a intensidade da chuva), e apanhei um cagaço dos diabos com os relâmpagos e a trovoada intensa!

Não me parece que seja o aquecimento global... é sim a mãe natureza a relembrar-nos que Agosto ainda não terminou e... estamos em Houston! Bem vinda Sra. Chuva, bem vindos Srs. Trovões! Acabam de garantir que vou ficar mais algum tempo no escritório e que os meus planos de ir correr foram com os porcos! No entanto, não posso deixar de rir... esta cidade tem coisas do caraças... vá-se lá saber porque é que as pessoas gostam dela, mas que gostam... gostam... Há algo de especial nisto tudo... tão especial, que até se criou um movimento à volta da cidade: http://www.houstonitsworthit.com/
Looking out to sea I wonder where all the boats have gone... and why I have been left behind...

Ali em Sagres... o olhar é levado obrigatoriamente ao mar... o mar que nos cativou, o mar que nos levou, o mar que nos cativa, o mar que nos levará! Olhando o mar imaginamos o que fica além, as maravilhas que nos esperam, sem nunca esquecermos as que temos de deixar para trás para encontrar algo de novo. Tudo na vida é uma viagem... tudo é feito de largadas e atracagens. Largamos de um porto para chegar a outro. Temos de deixar o passado para trás para chegarmos ao futuro. O futuro está ao virar da esquina. Neste momento preparamos o navio para mais uma viagem. A única certeza: chegaremos a um novo porto! E lá... encontraremos algo de novo... por isso mesmo, ficaremos sempre a ganhar!

O mar ensina-nos a enfrentar a vida... aliás, existe um livro muito bom que faz esse paralelismo, e que recomendo a todos: "First you have to row a little boat" de Richard Bode. Entre outras coisas, o autor, a certa altura escreve uma frase que para mim diz tudo: "I can remain on shore, paralyzed with fear, or I can raise my sails and dip and soar in the breeze".

Neste momento de mudança e alguma incerteza, apetece-me dizer: "Encara a tempestade com o vento na cara, usa o vento para te levar onde queres ir, saboreia o sal que voa das ondas. Vive! VIVE! VIVE! Vive com o que o mundo te dá, encontra a beleza nas manifestações da natureza. Perante o que aparenta ser adversidade ou incerteza... sorri, leva com o vento, APRENDE! E sairás da tormenta mais sensato, com novas lições de vida, mais preparado para enfrentar a próxima tempestade. E devido à experiência adquirida, a próxima tempestade, afinal, parecer-nos-á apenas um pequeno chovisco. Se não enfrentares a tempestade, todos os choviscos parecerão um furacão... e falando em furacões... o Gustav vem a caminho... e eu vou sorrir...enquanto aprendo!

Wednesday, August 27, 2008

O Raio dos Franceses...

Mais uma manhã, mais uma viagem... dia 18 de Agosto, aeroporto da Portela... pela primeira vez o raio do check in correu bem... nem o facto de levar uma mala que parecia uma caixa transportadora de misseis (por acaso eram tacos de golfe) levou o pessoal de terra da TAP a imbirrar comigo! Não deixa de ser curioso que quando viajava com uma criança pequena, inventavam sempre qualquer porra para chatear, mesmo que implicasse desrespeitar as regras da AirFrance... deste vez nem ai, nem ui... boa viagem até à próxima. A única chatice era o raio do dedo do pé que tinha partido na véspera... quem é que me manda dar pontapés na mala antes de me deitar...

Mas nem tudo podia correr bem... à chegada a Paris nova aventura... sair do avião, correr para não perder a ligação... o dedo a doer que se farta! Felizmente cheguei à porta de embarque com tempo de sobra. Mas entretanto, chegou o momento de passar o controle de segurança.

Tira sapatos, tira computador, tira máquina fotográfica, tira relógio, tira telemóvel, tira cinto (mentira... já não viajo de cinto de propósito; é pena não poder viajar sem sapatos)... passa pelo raio do detector de metais: não havia razão para problemas... mesmas calças que tinha usado no voo Houston-Paris-Lisboa, e no voo Lisboa-Paris. Uma T-Shirt simples... nada para apitar... ERRO! Apita! E agora... “tens alguma coisa nos bolsos?”... “não”. Verdade seja dita que o raio das calças têm para aí uns 15 bolsos... cada qual com o seu fecho, botão, etc. de metal... mas nunca tinham apitado antes... passa o detector de mão: NÃO APITA... “desculpa lá... vou ter de te apalpar!” “Porra... outra vez não! Porque raio sempre em Paris... deve ser das calças...” Depois dei comigo a pensar “então... usei as calças quando viajei para Lisboa com a Tânia e a Carolina...não apitaram em Houston... não apitaram em Paris... não apitaram em Lisboa... usei as calças para ir a New York... não apitaram...”

Dava que pensar... fui apalpado em Paris quando viajava sozinho... não fui apalpado uma única vez quando viajava com a Tânia e a Carolina... voltei a ser apalpado quando voltei a viajar sozinho outra vez... eu sempre suspeitei dos franceses... só por causa dessa vou repensar com que calças é que viajo da próxima vez!


I'm back...

Uau... acabo de me sentar à frente do computador e de me aperceber que... há mais de um ano que não faço um lançamento no blog...
Não quer dizer que nada se tenha passado em mais de um ano... bem pelo contrário, muito se passou, mais do que isso, terei passado possivelmente dos melhores dias da minha vida. Mas a minha opção consciente foi a de dedicar todo o meu tempo livre à Tânia e à Carolina. Essa decisão, como é óbvio, afectou o blog, mas não da forma como podem imaginar... o facto de não ter lançado no blog não significa que não tenha escrito. Aliás, há muito escrito por lançar. Há ainda mais na cabeça que nunca foi escrito. Agora está na altura de escrever o que não foi escrito, lançar o que não foi lançado e, sobretudo, voltar novamente o meu olhar crítico para o que se passa deste lado do Atlântico, provocando risos... se possível!
Por agora é tudo. Até breve!