Sunday, October 29, 2006

Gajo teimoso... vale por dois!
Saí de Galveston ao final da tarde, ligeiramente irritado com o triste espectáculo de mar que tinha visto! Algures na auto-estrada de regresso, tive a ideia de passar por Kemah, uma cidadezinha nos arredores de Houston que, de acordo com as informações que tinha recolhido, é um dos principais portos de recreio da zona, e que possui um “boardwalk” à beira mar.

Tive a felicidade de ter chegado a Kemah ao por do sol, a tempo de assistir a um espectáculo que me compensou pelo resto do dia! O “boardwalk” é uma espécie de pontão gigante de madeira que dá a volta à beira mar, e que está repleto de restaurantes, diversões para crianças, lojinhas de recordações, bares, escolas de vela, etc. O cenário estava ainda melhor porque, em vésperas de Halloween, o boardwalk estava repleto de crianças mascaradas a passear com os pais.

O momento mais marcante para mim foi ao por do sol. Estava na ponta do pontão a ver os veleiros a regressar de mais uma aventura, e a ver os românticos a saírem para mais uma aventura nocturna. O pontão estava repleto de gente, mas na ponta só estava eu. O comandante de um veleiro que se aventurava para fora ao por do sol passou por toda a gente que estava no pontão e, quando chegou onde eu estava, disse adeus, como manda a praxe. Senti, naquele momento, que algo nos unia. O gesto foi igual ao gesto que me habituei a repetir nos poucos meses em que fui comandante do “Cat Balou”... A nostalgia atingiu-me com a força de um camião... vieram as imensas saudades de Lisboa, da família, do Tejo, do vento na cara, da Carolina e da Tânia. É impressionante como, às vezes, basta um gesto familiar para nos recordar tudo o que deixámos para trás...Ficam com as imagens do por do sol em Kemah, e das últimas duas saídas do Cat Balou... antes da minha partida, e quem sabe, talvez com este comandante.

Árvores de natal flutuantes

A malta da indústria petrolífera chama às sondas “Christmas Trees”, por causa do formato de árvore de Natal. Contou-me um cliente que, um recém-chegado à indústria, acabadinho de aterrar em Angola, teve uma conversa com o Director Geral experiente de outra petrolífera. A certa altura, o mais experiente dos dois comenta com o outro “as vossas operações devem estar a correr bem, ontem estavam a descarregar “árvores de natal” no porto”. Ao que o segundo terá respondido, “já estamos a gastar dinheiro em árvores de natal? Ainda estamos em Julho!!!”

Enfim, para quem nunca viu uma plataforma, cá vão umas fotozitas tiradas junto ao porto de Galveston. Estamos, afinal, em plena coutada da indústria petrolífera!
Galveston histórica... finalmente algo de interessante!

Depois de um almoço num restaurante mexicano em frente à “praia”, decidi fazer algo de útil, e dirigir-me para o centro histórico da cidade. Pelo menos já tinha visto, a caminho da “praia”, uns edifícios muito interessantes. Verdade seja dita, foi a melhor coisa que fiz!
O centro histórico tem, de facto, inúmeros edifícios maravilhosos, entre os quais o “Palácio do Bispo”, que demonstra que, qualquer que seja a época e o país, a Igreja Católica trata-se bem...

Deixo-vos uma série de fotos tiradas às casas de Galveston. Um pormenor magnífico é que a grande maioria destas casas fabulosas são particulares, e há sempre várias à venda. Ah, para além disso, as pessoas têm gosto em manter as casas e jardins arranjados, o que nos dá a ideia de viajar no tempo.
Tratamento de beleza para toupeiras... ou Redneck Riviera!

Fim de semana, sol, o Ricardito decide ir passear, em busca de mar! Uma hora de auto-estrada depois, chego a Galveston, a cidade-ilha no Golfo do México que já foi a capital do Estado do Texas, mas que foi tão mal tratada por um furacãozito no início do século passado, que passou a ser apenas mais uma “small town USA”!

A cidade supostamente tem praias até deixar de ver, e um centro histórico com uma das maiores concentrações de casas vitorianas dos Estados Unidos. Portanto, um bom programa para um Sábado de sol...

Depois de atravessar uma avenida sem fim, finalmente cheguei à “marginal” que atravessa a extensão de praia de uma ponta à outra. Primeira tentativa, virar à esquerda na marginal, em direcção a Leste. Pareceu-me uma boa escolha, sobretudo porque, primeiro, a maior parte dos outros carros estava a ir para Oeste, e segundo, porque havia vários sinais a anunciar “East Beach”, blá, blá! Desde cedo apercebi-me que, se calhar, tinha tomado a decisão errada... aqueles navios todos na direcção para onde me dirigia deviam querer significar qualquer coisa... apesar dos sinais todos anunciarem que eu estava a dirigir-me para a melhor praia das redondezas!

Chegado à dita, deparei-me com um cartaz a anunciar “Estacionamento $8.00 /dia”... a praia deve ser mesmo boa... ainda bem que estamos fora de época e não tenho de pagar. Qual o meu choque quando descubro que o estacionamento vai quase até à água... ou seja, se quiseres, enfias o carro dentro de água e aproveitas para mergulhar da porta aberta!

O segundo choque surgiu quando descobri que a areia parecia lama (compacta, mas lama), escura, meio esquisita, e que a água... era castanha! Deve ser para condizer com a lama...quero dizer, com a areia: estes americanos pensam em tudo!
De facto a praia é enorme, de perder de vista, mas a areia e a água não lembram a ninguém! Para além disso, a famosa “East beach” fica na entrada do Porto de Galveston, portanto, a quantidade de navios à vista assusta um pouco... Há apenas uma coisa que não muda, qualquer que seja a parte do mundo... onde quer que haja mar, há um pato bravo a tentar construir o mais próximo da água possível... parece que estes gajos nunca ouviram falar das torres de Ofir, as famosas que se afundam na areia não sei quantos centímetros por ano... algo me diz que estas construções vão pelo mesmo caminho... se um furacão não as apanhar primeiro! Aliás, por alguma razão estas casas são construídas em pilares... será que o nível das águas sobe muito por estes lado???

Próxima paragem... a parte oeste da ilha. Mais praias a perder de vista, passeio à beira mar, quebra-mares, pontões, um misto de Costa da Caparica com as praias da Califórnia, não fosse... a areia castanha e a água castanha!!! Ha, e mais um aspecto... as plataformas petrolíferas que se vêm no horizonte!!! Ainda bem que levava uns binóculos comigo... sempre deu para ver que as plataformas estão desactivadas! Caso contrário, já tinha uma teoria para explicar a cor da água e da areia... Assim resta-me recordar a praia da Cruz Quebrada “mãe, porque é que a água é castanha...” Naaaa! Aqui não pode ser... a extensão é demasiado grande e a cidade demasiado pequena para essa explicação!

Finalmente percebi porque é que a malta se refere a Galveston como “Redneck Riviera”, a Riviera dos Broncos! Será que as toupeiras têm pele bonita por causa da lama em que nadam???

Tuesday, October 24, 2006

20h00 - Onde estão as toupeiras???

Outra coisa que descobri no tempo que tenho estado aqui: as toupeiras não são noctívagas! É impressionante, sai-se à rua às 20h00 e... não se vê uma alma que seja! Os mitos de Houston são verdade! Mito 1: os escritórios encerram às 17h00 –verdade! Mito 2: as escadas rolantes são desligadas às 19h00 – verdade! Mas a melhor parte ainda está para vir: os edifícios cortam a luz a partir das 22h00!!! Maravilha! E estes gajos ainda conseguem produzir mais do que os portugueses e ser mais competitivos... e mesmo assim estão todos em casa às 18h00 para brincar com os filhos, fazer exercício, enfim, fazer o que bem lhes apetecer.

Cá vão umas fotos da cidade às 20h00, para verem que não estou a mentir! Lembram-se dos livros “Onde está o Wally?” Aqui joga-se “Onde estão as toupeiras???”

Monday, October 23, 2006

A cidade das toupeiras!

A coisa que mais salta à vista quando se chega a downtown é o aspecto futurista de muitos edifícios. De facto, não me lembro de ter visto em muitos mais sítios do mundo inúmeros edifícios unidos por pontes aéreas. Olhando para o céu, fica-se com a ideia (mais correcta do que suspeitamos) que é possível atravessar de uma ponta da cidade à outra através das pontes, qual sapo saltitando de nenúfar em nenúfar...

Mas o grande choque surgiu quando eu descobri outro aspecto desta cidade... o chamado “Houston Tunnel System”. Pois é, como se não bastassem as pontes a unir os edifícios, existe também um sistema de túneis que liga os edifícios uns aos outros, atravessando ruas, quarteirões, enfim, a cidade toda. Portanto, é possível entrar num túnel num edifício e sair do outro lado da cidade sem ver a luz do dia. Mas pior do que isto tudo, os túneis têm vida própria! Estão cheios de lojas, restaurantes, bancos, enfim toda uma panóplia de serviços que qualquer pessoa que goste de viver debaixo da terra necessite... Choque ainda maior foi descobrir que o nosso edifício tem acesso a um desses túneis.

Agora vocês podem pensar “os túneis dão imenso jeito quando chove”. É verdade, o problema é que esta malta anda nos túneis quando chove, porque chove. Depois, anda nos túneis quando está calor, porque está calor! Esta malta come nos túneis, compra o jornal nos túneis, faz compras nos túneis... portanto, vivem nos túneis!

A conclusão a que eu chego é que isto é uma cidade de toupeiras mascaradas de seres humanos... ou então estamos naquela cidade do filme “Total Recall”, em que após a guerra nuclear, e a ascensão de uns tipos maus ao poder, os rebeldes vivem enfiados nos esgotos...

Toda esta história faz lembrar os túneis dos Vietcongs durante a guerra do Vietnam... afinal os americanos aprenderam algo no Sudeste asiático, para além de como levar nas trombas! Há, os americanos conseguiram aperfeiçoar a ideia... os túneis têm ar condicionado!!!
End of the "muggy season"??? Lição de geografia!

Antes de me deitar decidi ir dar uma vista de olhos na previsão do tempo para os próximos 10 dias... pois, é que ultimamente tenho sentido um pouco mais frio do que é habitual... ou melhor, tenho sentido frio, porra, chiça, credo... Aliás, os metereologistas das notícias (ser que parece ter desaparecido dos noticiários portugueses) andam todos excitados porque finalmente terá chegado o fim da "muggy season" (algo como "estação pegajosa"), que este ano durou mais do que é habitual.

A verdade (pelo menos a julgar pelo que o weather.com me diz) é um pouco diferente! É que, embora estejam 9ºC neste momento, e amanhã só vamos ter uma máxima de 22ºC e mínima de 12ºC, a verdade é que depois de amanhã as coisas devem tornar-se interessantes outra vez. Tudo indica que a temperatura máxima vá aumentar para 27ºC na 3ª e 4ª, acompanhada de uma mínima de 21ºC (bolas... algo se passa) e das inevitáveis nuvens e trovoada. Depois, 5ª e 6ª teremos a mesma máxima, mas uma mínima de volta a valores primaveris (para Lisboa pelo menos)... 13ºC. O tempo em Houston, neste momento, parece uma montanha russa!

Vocês podem perguntar: "porque raio é que a temperatura aumenta e baixa assim???" A resposta aparenta ser bastante simples. Como alguém me explicava um destes dias, o Centro e Leste da América é essencialmente plano, desde o Canadá até ao Golfo do México, o que implica que quando vem uma frente fria do Norte, varre o país todo e só acaba no mar das Caraíbas!

Isso explica a razão pela qual hoje está frio. Quanto à explicação de porque é que na 3ª vai estar um alegre forno com trovoada, cá vai: como Houston fica junto ao Golfo, está sujeita à "interacção" das frentes frias com as frentes quentes das Caraíbas... maravilha... parece que estou dentro de um tubo de ensaio! Com sorte ainda vai dar para dar mais um mergulho! E eu a pensar que ia ter de arrumar os calções por uns meses!

Sunday, October 22, 2006

O pseudo espírito anti-globalização europeu...

Hoje decidi não bater nos americanos. Se calhar por estar um pouco melancólico e dado a pensamentos mais profundos, se calhar por ter tido uma “visão” ontem à noite...

Primeiro que tudo há que dar-me os parabéns! Pois é, fui por o Nuno ao aeroporto e consegui regressar a casa sem ir parar a Dalas ou algum outro sítio longínquo! É verdade que não apanhei exactamente o caminho que tinha em mente... e que fui ter a Downtown em vez de ter saído mais cedo... mas cheguei a casa sem me perder! Os que conhecem o meu sentido de (des)orientação saberão reconhecer que foi um feito a realçar!

Mas as minhas aventuras não ficaram por aqui. Pois é, ao final da tarde decidi ir descobrir onde ficava o IKEA para comprar umas coisas lá para casa e para ficar com uma ideia dos móveis para o quarto da Carolina. O tempo passa a correr (está quase...), e é preciso preparar as coisas para receber as minhas duas meninas.

Desta vez até consegui apanhar o caminho que pretendia, e chegar direitinho ao IKEA. Mas melhor ainda, como havia obras lá perto, ainda consegui enfiar-me numa zona completamente desconhecida e encontrar um atalho!!! Sou o maior!

Chegado ao IKEA dei comigo a pensar no facto daquilo ser igual em todo o mundo! A única diferença do IKEA de Alfragide para o de Houston é que... o de Houston não está cheio de pessoas a passear num Sábado à tarde! Mas o momento de lucidez e clarividência veio quando decidi jantar por lá... porra! A comida é igual em todo o mundo! Almôndegas Suecas, salmão com raio-que-o-parta... Eu ao menos escolhi a única coisa que nunca tinha visto em Lisboa: peito de frango grelhado. Tratando-se de uma experiência um pouco traumatizante, dei comigo a pensar ao jantar: “na Europa está na moda ser contra a globalização, o McDonnalds, o Kentuky Fried Chicken, o Burger King, a GANT, a Tommi Hilfiger, a Chrysler-Jeep... São todos acusados de serem o “grande capital”, o bicho papão que come criancinhas pelo mundo fora e tenta vender os seus produtos a todos os povos... então e a IKEA??? Um grupo mundial que tem lojas de mobília que vendem a mesma coisa, desde a Suécia aos Estados Unidos, desde a Austrália a Portugal, que impõe as suas almôndegas de miniatura e chaves para montar móveis a todas as raças??? E pergunto eu, será que os pseudo intelectuais europeus pensam nisso quando vão comprar os seus móveis? Algo me diz que não!

Já agora um esclarecimento: não sou contra a globalização, nem o McDonnalds, nem muito menos a IKEA, sou só um idiota, um daqueles que têm ideias, e a ideia do dia é: será que tudo o que se internacionaliza é mau? Não se esqueçam que a primeira globalização foi criada pelos portugueses, quando decidimos enfiarmo-nos em cascas de noz e procurar “mares nunca d’antes navegados”.

Saturday, October 21, 2006

Os escoceses e a sua magnífica capacidade para... ingerir álcool!

Que melhor plano para um fim de tarde de sexta-feira do que... ter uma reunião com um cliente escocês, num bar de provas de vinhos. Eu avisei imediatamente o Nuno: “má ideia! Escocês + álcool = noite inteira a beber até alguém cair para o lado! E normalmente quem cai para o lado não é o escocês!” Mas ninguém acreditou em mim, por isso, lá fomos nós encontrar o nosso interlocutor, num bar de prova de vinhos.

Antes de vos contar o resto da história, deixem-me dizer-vos que o bar em causa rapidamente atingiu um lugar de distinção entre os meus sítios preferidos de Houston. O bar não é nada de especial, tem umas mesas de madeira, uma enorme garrafeira com vinhos de todo o mundo cobre uma das paredes... mas depois tem uns pormenores magníficos, tipo os candeeiros que são garrafas antigas, o facto de água ser servida em garrafas de vinho, o facto de servirem queijinhos e azeitonas com variedades diferentes de pão a acompanhar o vinho... o facto de se juntarem naquele espaço à sexta ao final da tarde inúmeros europeus! Pois é, para quem ainda tivesse dúvidas, a verdade é que, independentemente do país donde vimos, todos partilhamos uma herança comum que nos faz procurar sítios que nos fazem lembrar casa.

Feito este breve excurso, voltemos à história. Eu e o Nuno, de gravata acabadinhos de vir do escritório, somos confrontados com o nosso interlocutor que, não só vinha totalmente casual, como ainda trazia a mulher! Pois é meus amigos, mesmo tendo como pretexto uma reunião de negócios, a verdade é que é sexta à tarde em Houston! Casal simpático, por volta dos 50 anos (com aquele típico espírito jovial escocês que os faz sentir-se à vontade e inserir-se em qualquer grupo, independentemente da idade), ao qual se juntou uma amiga, depois mais um casal (o típico inglês com 50 e tais, acompanhado da loira de 40, que poderemos encontrar em qualquer parte do mundo e, sobretudo, no algarve!). Resumindo a história: 4 garrafas de vinho tinto português (Adriano) e uma de um vinho branco qualquer, nós tivemos de fugir pois tínhamos que fazer... e não queríamos ser nós a cair para o lado. Para trás fica uma noite muito bem passada, com pessoas espectaculares, em que se falou um pouco de trabalho, mas sobretudo de outras coisas: da Europa, da América, de Portugal, da Austrália (onde o escocês tinha um irmão), de África, de vela, do que significa ser europeu...

Falou-se também da mulher do escocês, uma médica de Eyre (magnífica cidadezita junto ao mar da Irlanda, conhecida entre a comunidade da vela) que em Houston aproveitou para gozar a vida: jogar ténis, jogar golfe, e embrulhar prendas na altura do natal (sim, esta é a sua única actividade profissional – os americanos pagam para que façam tudo por eles...). Não deixei de sentir uma pontinha de inveja... as coisas que eu faria se não tivesse de trabalhar!

Fica o registo, uma noite para repetir. Um sítio com estilo e classe. Fica também uma confirmação: não é que seja bruxo... mas os escoceses já os conheço bem!

Tuesday, October 17, 2006

Fungagá da bicharada!

Eu ontem relatei a minha fixação com a chuva que tem caído nos últimos dias. Mal eu sabia a surpresa que me esperava quando saísse do escritório... Aliás, eu já tinha tido um cheirinho quando vi, à hora do almoço, a água a jorrar das sarjetas... pois, eu também pensava que a água era suposto entrar na sarjeta, não sair... sobretudo se está a chover torrencialmente! A minha preocupação aumentou quando soube que as sarjetas despejam directamente para o Bufalo Bayou (não perguntem porquê, mas esta malta chama aos rios “Bayou”), o maior rio que atravessa a cidade... que se transforma no Houston Ship Channel, e despeja directamente para a Baía de Galveston/Golfo do México! Algo estava, definitivamente, errado!

Mas a maior surpresa surgiu quando seguíamos pela Allen Parkway (estrada que corre pelo meio de um parque junto ao Bufalo Bayou, a caminho de casa). O Bayou tinha subido cerca de 5-6 metros e, onde antes havia árvores e relva, havia um enorme lago!!! As fotografias não traduzem bem o que se passou.. para terem uma ideia, a estrada fica num alto, e o Bayou num vale... que encheu de água!

Como nós somos uns gajos teimosos, e ainda por cima estamos armados em “fitness freaks”, decidimos ir correr... ao menos não estava a chover! Foi, de facto, uma experiência interessante: foi mais uma espécie de duatlo, já que corremos... e quase que nadámos devido aos lagos que se formaram no meio da pista de corrida do Memorial Park! 3 milhas, muito suor, e muitas poças e lama depois, acabámos a nossa corrida, fomos tomar banho, e jantar. À chegada a casa deparei-me com o cenário habitual em tempo de chuvada: os caminhos que correm pelos espaços ajardinados entre os blocos de apartamentos cheios de sapos! Não era a primeira vez que os via, mas foi a primeira vez que tinha o telemóvel comigo, por isso, toca de aproximar-me a 5 cm dos bichos e tirar uma foto (mesmo assim saiu um pouco desfocada). Os gajos são giros, e também já me devem conhecer porque já não fogem de mim... devem pensar: “olha o maluco que também sai com chuva como nós!” Esta experiência deu comigo a pensar: ainda bem que não há crocodilos em Houston... senão estou certo que, com estas inundações, saiam dos Bayous, entravam na cidade, e inscreviam-se no Partido Republicano... para fazer companhia aos abutres!

Monday, October 16, 2006

Rain drops keep falling on my head...

Quarta feira começou a chover… Era meio dia, o céu ficou preto de um momento para o outro, ouviu-se trovoada… e os céus abriram-se! Choveu, choveu, choveu, “cats and dogs” como eles costumam dizer, embora a mim me tenham parecido elefantes... Ao fim de três horas de chuva torrencial, parou! Mas notava-se que o tempo estava a mudar... acabaram-se os mergulhos na piscina. Em contrapartida, assisti a um pôr do sol como nunca tinha visto: o céu estava preto em cima, e perfeitamente limpo por baixo, onde se via tudo vermelho! Uma obra de arte da natureza. Tive pena de só ter a máquina fotográfica do telemóvel, mas mesmo assim dá para terem uma ideia.

Quinta esteve mais ou menos, com bastante sol e calor, mas sexta... choveu! Sábado choveu! Domingo choveu!!! Mas choveu mesmo a sério... aliás, ainda chove! Torrencialmente durante pelo menos 5 horas! Só que lá fora estão para aí 28ºC! Pois é... estamos nos trópicos! Sabe bem ouvir a chuva na janela e no telhado... embora aumente as saudades de casa... Dou comigo a pensar no inverno de Lisboa: chuva, família, lareira... pois é... lareira aqui seria loucura! Agora vou-me deitar! Ouvir a chuva, sonhar com casa, ouvir a trovoada! Aqui quando chove, chove a sério. Por isso é que a malta anda de jipe. Se continuar a chover assim, a malta que tem carros baixinhos arrisca-se a não ir trabalhar amanhã... se calhar é essa a ideia!

Já agora... já é Segunda... e ainda chove!!! Cada vez mais! a cidade parece um lago! Ou melhor... uma estufa gigante... alagada.

Sunday, October 15, 2006

TV e cultura

A pedido de muitas famílias, irei fazer a minha primeira incursão sobre a cultura Americana... Ui! Tema polémico... será que existe cultura americana???

Confesso que, neste momento, encontro-me limitado à minha curta experiência de duas semanas e picos, aos poucos canais de TV que tenho nesta casa, e ao que vejo na rua.
Começando pela TV, é importante fazer uma distinção importante entre TV latina e TV americana. Sim, porque Houston (leia-se Ustón em español) tem canais de TV... mexicanos! É uma maravilha, melhor do que os DVDs do Mr. Bean que eu trouxe comigo! Um verdadeiro fenómeno... têm todos os programas que estamos habituados a ver (tipo aqueles dos putos que aprendem a cantar, etc.), mas em español, com latinos! Não estou a falar de meras traduções dos programas, estou a falar dos mesmíssimos programas, só que com mexicanos e afins! É lindo! Depois têm programas de música que fazem a música pimba parecer erúdita! Se calhar está na altura de esclarecer um pormenor: se acham que os texanos e os cowboys americanos são bimbos, parolos, etc., então vocês não imaginam como é que são os mexicanos que vivem na fronteira com o Texas (e que saltam a fronteira para este lado). BIMBOS com um granda B! Os gajos não existem... usam chapéus de cowboy enormes, têm uma pinta, ouvem música de acordeão, enfim... é lindo! A TV mexicana reduz-se a chapéus, botas, coletes, mini saias tipo sinto, decotes até ao umbigo, e muito mau gosto! O melhor são os anúncios: bigodes, mini saias tipo sinto, decotes até ao umbigo... enfim, já perceberam! O meu anúncio favorito é o de umas pílulas mágicas, cujo slogan é: “La falta de ereccion tiene solucion... MEGA SX mega tamaño, mega placer...” Só me falta descobrir onde é que estes seres vivem, porque ainda não me cruzei com eles no meu dia a dia (para além dos desgraçados que trabalham a fazer o que os americanos se recusam...).

Quanto à TV Americana, a história é outra. Embora eu só apanhe os canais mais básicos, sobretudo os da televisão estatal, a verdade é que a programação é muito boa (pelo menos à noite, que é quando eu vejo). Todas as noites passam duas séries de qualidade, desde “O Sexo e a Cidade”, aos vários “CSI”, passando por outras séries de suspense, policiais, etc. Também há os magníficos canais religiosos, o Weather Channel, e os canais das escolas, comunidades locais, etc. Mas, enfim, trata-se de televisão pública, por isso apanha-se de tudo. Quando tiver cabo a sério na casa nova, prometo uma actualização.

No que respeita à literatura, confesso que não vejo muitas pessoas a ler. No entanto, existem livrarias impressionantes, não só quanto à quantidade, como também à qualidade da oferta. Para além disso, os livros são baratos, e ainda há lojas de livros em segunda mão. Por isso, neste país, só não lê quem não quer... ou não sabe.

A radio é outra aventura. Há algumas estações muito boas, mas proliferam as estações country muito rascas. É óbvio que as melhores são as que tocam música “conjunto”, uma espécie de country Tex-Mex! Uma verdadeira pérola!

A verdade é que o comum americano não é muito esperto...novidade! O que mais impressiona quem vem de outra parte qualquer do mundo é a falta de poder de encaixe e de sentido de humor! Uma pessoa tenta gozar com eles, ou usar um pouco de ironia ou humor negro, e há duas hipóteses: ou ficam a olhar para ti com os olhos esbugalhados sem perceber, ou levam a mal!!! É magnífico! Por outro lado, não conseguem lidar com nada que seja ligeiramente diferente do habitual. Faz-se um pedido diferente num restaurante ou numa loja, e está lançado o pânico! O Nuno é especialista em trocar-lhes as voltas. O truque favorito dele é, num restaurante, pedir aos empregados um cinzeiro (é proibido fumar). A reacção na maior parte dos casos é os moços dizerem “certainly sir”, virarem-se para ir buscar, e depois voltarem com um ar confuso e dizerem “but you can’t smoke...” A coisa torna-se mais divertida quando se pergunta ao empregado “porquê? Eu quero!”... Este truque ainda tem mais piada se for tentado com seguranças... eles em vez de se imporem, ainda vêm pedir muita desculpa pelo facto de ser proibido fumar, etc., etc.

O interessante nisto, é que a falta de poder de encaixe verifica-se qualquer que seja a ascendência da pessoa! Ou seja, a conclusão a que eu chego é que este país consegue fazer uma lavagem cerebral a todos quantos nascem cá. Não interessa que sejas filho de espânicos, de chineses, de europeus, etc. Basta nasceres cá e ires para a escola, que não tens escapa!

Outra demonstração da falta de cultura desta gente é o que eu chamei de “instant chique”. A malta aqui tem a ideia que tudo o que tem um ar clássico, é europeu, ou é antigo... é sofisticado! Então trata de comprar quadros pirosos com paisagens de campo, réplicas de quadros da renascença, etc., para tornar a casa “instantly chique”. Nas grandes mansões de River Oaks, acrescenta-se a mobília a imitar mobília antiga, e o quadro está composto! Esta tendência verifica-se nos inúmeros “Clubs” onde esta malta se inscreve para ser... chique! A maior parte dos clubs tem uma decoração que na Europa seria considerada pirosa, com muitas flores, mobília que se vê que é nova, mas que foi pintada para parecer antiga (tipo Século XVII-XVIII), tudo com um ar de falso...enfim! Mas é chique estar inscrito no club, ir lá almoçar, aparecer por lá ao fim de semana... Instant chique, só adicionar dinheiro e mau gosto!

Friday, October 13, 2006






One Tough Grandma

A outra estrela da constelação é Msrs. Carole Keeton Strayhorn. A senhora Strayhorn era a comptroler do Texas (a funcionária pública que controla as contas), e agora, aos 65 anos (pelo menos é o que aparenta) decidiu que um belo programa de reforma era ser Governadora! A moça é uma espécie de Jorge Bush em versão feminina. Texana de gema, má vestida que até dói (sim, eu não gosto de fatos cor-de-rosa...choque!), burra que nem uma porta... mas convencida que consegue dar a volta à malta contornando as perguntas. No único debate entre todos os candidatos, quando lhe perguntaram quem era o Presidente do México, a resposta da avózinha foi “sim, as eleições no México foram renhidas...” Não levem a mal... só lhe chamei “avózinha” porque a frase de campanha dela é “This grandma is goin’ to shake Austin up!” Sim, o site dela é www.onetoughgrandma.com! Não estou a gozar! Enfim! Venha o diabo e escolha... eu apoio o Kinky, ao menos não está a tentar enganar ninguém, não está xéxé, não está ao serviço de interesses obscuros, e é capaz de dar um Governador interessante.
Política... de cowboys

Sorte a minha... aterrar no Texas em plena campanha eleitoral para Governador do Estado! Sim, eleições no local que deu ao mundo estadistas tão bons como... George Bush Jr.!

Nestas eleições em particular, o actual Governador Rick Perry (Republicano), disputa a corrida eleitoral com o Democrata Chris Bell. Ambos branquinhos que nem lixívia, ambos com um cheiro a “establishment”, ambos WASPS (White Anglo-Saxon Persons), ambos sem sal absolutamente nenhum! Mas não é tudo... Ainda bem que estamos no Texas! Sim, porque este Estado magnífico consegue sempre gerar uns seres políticos interessantíssimos (e alguns até chegam a Presidente). Nesta corrida eleitoral, há que destacar dois seres verdadeiramente interessantes.

O primeiro dá pelo nome de Kinky Friedman! O nome já de si é curioso...a história dele ainda mais. O Mr. Kinky... ou será Mr. Friedman, apresenta-se sempre vestido de preto, não um preto qualquer, mas cabedal preto, colete de cabedal preto, chapéu de cowboy preto e charuto. Como podem ver pela foto, que figura!!! Parece que o Kinky é o filho mais velho de um judeu muito rico, homem de negócios de sucesso, que avariou completamente. O young Kinky tornou-se conhecido por chagar o juízo ao pai, formando bandas locais com nome que gozavam claramente com a sua ascendência, e música a condizer. Depois tornou-se comediante, escritor, e agora, político! A frase mais usada nesta campanha tem sido a sua explicação da palavra “politics”. Usando uma antiga piada anglo-saxónica, o Kinky explica que a palavra vem de “poli”-grego para muito- e de “ticks” (carraças). O Kinky é um fenómeno... e ao que tudo indica, tem muitos, mas mesmo muitos seguidores! Parece que por estes lados está tudo a rezar que ele ganhe! Depois do Bush, o Kinky até é bem vindo! Ao menos a malta pode rir-se de um verdadeiro comediante, que diz o que diz de propósito! Até já ouvi alguém dizer que se o gajo chega a Governador, vai acabar como Presidente! Pago para ver!!! Entretanto podem divertir-se em www.kinkyfriedman.com

Saturday, October 07, 2006


Predadores, TV... direitos, liberdades e garantias???

Os Estados Unidos estão, neste momento, em polvorosa... Lembram-se do caso “Mónica Lewinsky”, a tal que parece que decidiu que o trabalho de Presidente do país mais poderoso do mundo era muito monótono e decidiu... ajudá-lo a divertir-se??? E depois parece que houve sexo, não houve sexo, o país andou a discutir uma treta sei lá quantos meses... Ok, parece que os políticos americanos têm uma tendência natural para o harakiri (aquela nobre tradição japonesa de enfiar uma espada no estômago)!

Pois é, era uma vez um poderoso congressista republicano da Flórida, um tal Mark Foley. Curiosamente, um dos mais poderosos membros do Congresso que passou os últimos tempos a travar uma honrosa batalha contra os chamados “predadores sexuais”, ou seja, os adultos que tentam aproveitar-se de menores para fins sexuais. Este moço honrado, depois de tanto tempo a batalhar contra estes “monstros”, foi apanhado... Então não é que parece que o moço andou a enviar mensagens “porcas” para os pagens do Congresso (jovens menores de 16 anos que trabalham em part-time no Congresso, dando assistência aos congressistas). Nessas mensagens, o congressista Foley perguntava aos pagens o que tinham vestido, se queriam fazer isto e aquilo com ele, etc.

Grande azar... o gajo foi apanhado, e forçado a demitir-se! Entretanto, o país está em polvorosa... e a grande cadeia noticiosa “NBC”, no seu programa “Date line”, decidiu criar uma rubrica que dá pelo nome de “to catch a predator”.

Muito resumidamente, o programa consiste no seguinte: os gajos da “date line” põem umas pessoas a fingir que são miúdas com 13 anos em salas de chat online, que tentam convencer adultos a terem relações sexuais com elas. De seguida, dizem aos adultos que vão estar sozinhas em casa, e que estão à espera deles. Os moços da “date line” enchem a casa de câmaras de vigilância e apanham os tipos a chegar a casa. Segue-se uma entrevista em que os adultos são confrontados com o que andaram a dizer no chat. Depois deixam-nos ir embora e, aí, começa a surpresa... à saída da casa vêm 4 polícias com pistolas em riste e prendem os gajos em directo. Segue-se a identificação e um interrogatório com um detective... em directo para a televisão!

Agora, não está em causa o facto dos adultos serem uma cambada de criminosos desequilibrados. O que me choca verdadeiramente é o facto de: primeiro, a polícia se aliar a um programa televisivo sensacionalista; segundo, permitir-se, em pleno Século XXI que suspeitos da prática de um crime sejam filmados para a televisão durante interrogatórios que deveriam ser confidenciais. E lá se vai o princípio da dignidade da pessoa humana...

Casas de bonecas

Eu lembro-me da Tânia me descrever as aldeias da Serra da Estrela como sendo “casas de bonecas”, lembro-me de falarmos sobre um dia visitarmos as casas de bonecas. E agora reconheço que, mais uma vez, os planos saíram furados e, provavelmente, iremos mostrar as casas de bonecas à Carolina, um dia... um dia...

Entretanto, cheguei a casa hoje e decidi ir correr... para a rua. Diga-se de passagem que os americanos gostam de correr ao fim do dia, mas gostam de correr nos parques. Eu, pelo contrário, decidi aliar o desporto ao turismo, por isso fui correr pelos subúrbios. Confesso que não sabia bem para onde iria... simplesmente fui correndo na direcção de... sei lá, na direcção de um sítio onde já tinha estado mas não sabia bem onde ficava, nem o que era! É assim mesmo, à Ricardo. Se soubesse para onde ia, dava com o sítio e conseguia regressar, se não soubesse, corria mais e fazia-me melhor à saúde.

Curiosamente, por uma das poucas vezes na minha vida, adivinhei o caminho! E fui ter a “River Oaks”, um bairro maravilhoso, que tem uma pastelaria maravilhosa chamada “Madelaines” com croissants e tudo! Mas o melhor de River Oaks é que o bairro inteiro (que é enorme) é composto de “casas de bonecas”. Casas com gosto, todas elas diferentes, mas todas lindas de morrer! Jardins cuidados, paredes de tijolo cozido, árvores por tudo quanto é sítio, tranquilidade, ambiente familiar, baloiços pendurados das árvores nos relvados da frente das casas e bancos de jardim, ausência de vedações e de muros. Um bairro que nos faz sonhar... sonhar com viver numa casa de bonecas. Afinal o “American dream” existe... e, contra todas as expectativas, eu estou a tornar-me um adepto!

A minha corrida levou-me a tomar duas decisões. Primeiro, acho que vou correr para aquelas bandas todas as noites. Segundo, vou levar a Tânia e a Carolina a verem o sítio onde as pessoas vivem em casas de bonecas. Nunca se sabe quando a vida dá uma volta e perdemos a oportunidade de concretizar os nossos planos. Entretanto, são 10 da noite e estão 28ºC em Houston! Ainda bem que é Outono...

Monday, October 02, 2006


Aventura gastronómica 2

Almoço e... mais uma aventura. De novo o “Goode’s Co.”, mas desta vez o “Goode Company Texas Seafood”. Houston está cheio de surpresas... Quando o Nuno me falou em ir comer a um restaurante de marisco, nunca imaginei o que me esperava. Chegamos ao parque de estacionamento e... deparei-me com uma carruagem de comboio antiga! Acontece que a carruagem era só uma das paredes do restaurante. Lá dentro, o restaurante parecia um qualquer restaurante de estrada que se vê nos Estados Unidos, só que decorado com canas de pesca antigas e fotos de concursos de pesca a preto e branco. Por acaso o ambiente era interessante, mas nada do que se esperaria de um restaurante de marisco na Europa.

O almoço também foi bom. Sopa de marisco (do género do nosso creme de marisco, mas um pouco mais denso e povoado...), salada de gambas e, para terminar, uma magnífica sobremesa que dá pelo nome de pecan pie. A pecan pie é uma tarte de pecan com gelado. Pecan é uma árvore que cresce no Texas...não sei bem de que tipo, mas a tarte é fabulosa!

Primeiro dia de trabalho... escritórios instantâneos, só adicionar água...

Hoje foi o meu primeiro dia de trabalho. A primeira surpresa surgiu quando cheguei ao escritório... afinal já cá tinha estado! Pois é, parece que o nosso escritório fica numa das torres que dá de frente para... a famosa igreja (a tal do “Jesus Saves”).

Aqui, de facto, as coisas são diferentes, começando pelo tamanho dos edifícios. O nosso escritório fica no edifício 2 do complexo “Allen Center”. O edifício 1 é conhecido por ser a sede da Hess Corporation, a maior petrolífera independente, o edifício 2 é conhecido por ser sede de uma das outras maiores petrolíferas, a Devon. Uma das torres da Enron (que ficam do outro lado da rua) é a sede da Chevron em Houston. Todas são nossas clientes... de facto downtown Houston é o centro do mundo... do petróleo. Voltando ao tamanho dos edifícios... a torre 2 do Allen Center tem 18 elevadores, divididos em 3 conjuntos. O primeiro vai até ao 14º piso, o segundo conjunto vai do 15º ao 28º, e o terceiro conjunto vai do 29º até não sei bem onde... e as torres do Allen Center até não são muito grandes... O meu pedaço de corporate america fica no 16.º piso...e tem vista para “Jesus Saves!” Ironia... se calhar é desta que me viro para a religião!

O edifício é gerido por uma empresa que dá pelo nome de “Regus instant offices”, que gere edifícios de escritórios por todo o mundo, desde Houston e Nova York, até à Ásia, Praga, Paris, Frankfurt... O conceito é interessante: chegas, escolhes o escritório (que já está mobilado), eles fornecem tudo o que podes precisar: secretariado, fotocópias, faxes, internet, impressoras, enfim... tudo o que é preciso para “montar a loja!” E com preços que começam nos mil e tal dólares. Quanto é que custa um escritório da treta em Lisboa, sem nada??? É por estas e por outras que a economia portuguesa não vai a lado nenhum!

Sunday, October 01, 2006

Brunch... e a dose americana

Hoje fui descobrir o famoso “brunch” do “Grand Lux Café”. O brunch é uma invenção norte americana que consiste numa junção do lunch com o breakfast. Na prática, é um pequeno almoço mais pesado para quem se levanta tarde ao fim de semana. No nosso caso, consistiu numas torradas, sopa de cogumelos, ovos e bacon, acompanhados de sumo de laranja. Não fiquem chocados... isto foi consumido às 13h30!

Curioso foi assistir aos almoços dos nossos vizinhos Texanos (o que quer que isso signifique, já que na mesa da direita estava uma família indiana, na esquerda africanos, na mesa de trás, chineses...). Cada dose americana dá para 3 pessoas (pelo menos pela minha avaliação), e o mais curiosos é que todos comem uma dose, quer sejam gordos, querem sejam palitos andantes! E as bebidas são a mesma coisa... parecem uns baldes!

Quanto ao “Grand Lux Café”, é um sítio com muito estilo, um ambiente simpático, muita vida. Gostei!