Mais uma overdose de arte!
As horas, os dias passam, as semanas passam, e não há meio de
reencontrar as minhas meninas. Como é óbvio, o desespero aumenta, e a vontade de fazer o que quer que seja diminui. Mas, felizmente, ainda há pequenas-grandes coisas que me animam o dia-a-dia... hoje recebi uma magnífica notícia!
As horas, os dias passam, as semanas passam, e não há meio de

Curiosamente, ontem estava no escritório, cerca das 18h30 (00h30 de Lisboa) quando me lembrei “tenho de ligar ao Rui e à Raquel para saber se já há perspectivas quanto ao dia do parto...” Eis quando, hoje, às 6 da manhã, recebo uma chamada do Rui, histérico, a contar-me que o Rafael tinha nascido pouco depois de eu me ter lembrado deles! Não é a primeira vez que alguém que se insere naquele núcleo dos meus amigos que mais se aproxima aos “amigos de infância” que a maior parte das pessoas tem é pai, mas a verdade é que, de cada vez que acontece, sinto uma tremenda alegria.
Este nascimento, então, não deixa de ter um sabor especial... o Rui tem sido meu companheiro de luta desde o 10º ano, passando
pela Faculdade, o estágio, enfim, a vida. A Raquel... bem, o Rui provavelmente conhece a Raquel porque ela e eu fomos colegas de turma no primeiro ano. Ainda me lembro perfeitamente do dia em que começaram a namorar (dia 1 de Maio 1996), do local (Jardim do Tabaco), do acontecimento (Semana Académica), das conversas com os dois (em separado, como é óbvio), das confidencias, dos sorrisos... lembro-me de quando o Rui se mudou para casa da Racas, de quando mudaram para o andar de cima (espero bem não me estar a enganar... não foi para o de baixo, pois não?) porque era maior (é o destino). Enfim, hoje foi um dia especial! PARABÉNS AMIGOS!!! Gozem o momento, gozem o futuro, bem vindos ao clube! Que o Rafael e a Carolina brinquem juntos! E que nunca queiram seguir o caminho dos pais e tornarem-se advogados!
Portanto, depois desta notícia, toca a voltar para a cama, desta vez com um sorriso na cara! Quando acordei, já foi com outro ânimo. A caminho do pequeno almoço, dois telefonemas importantes: o primeiro para a Tanocas, para saber como estavam as minhas meninas, e para contar as novidades; o segundo para a Eli, que fazia anos.

De seguida, uma agenda cultural preenchida. Tinha finalmente tomado a decisão de ir visitar a “Menil Collection” (www.menil.org), um complexo de museus de arte privados, criados por mais uma família “amiga das artes”. Resumindo um pouco a história, John de Menil casou com Dominique Schlumberger (filha do criador da famosa empresa Schlumberger) em Paris, tendo posteriormente fugido para Houston durante a segunda guerra mundial. A partir de Houston, John cuidou de tornar a Schlumberger a maior prestadora de serviços à indústria petrolífera do mundo, e o casal dedicou-se a apadrinhar as artes. Em 1987, decidiram abrir um museu privado para mostrar a sua colecção. E aqui é que entra, mais uma vez, uma das maravilhas dos Estados Unidos (não posso passar a vida a dizer mal)... o museu (hoje em dia um complexo) tem entrada gratuita para todas as pessoas, todos os dias do ano! Para além de já ter ouvido dizer que o museu era algo de maravilhoso, houve uma razão muito concreta que me levou até lá neste
Sábado de manhã: uma exposição de fotografia denominada “Everyday people – 20th Century Photography from the Menil Collection”.
Confesso que fiquei verdadeiramente maravilhado. A colecção (pelo menos a parte que está em exposição) é impressionante, sobretudo a parte dedicada ao surrealismo, movimento com o qual me identifico cada vez mais... se calhar por estar a enlouquecer lentamente! A exposição de fotografia também conseguiu aguçar, ainda mais, o meu interesse pela matéria.
De seguida, dirigi-me à “Rothko Chappel”, uma capela ecuménica encomendada pela família Menil a um famoso artista americano Mark Rothko nos anos 70 e que, hoje em dia, recebe frequentemente serviços religiosos de todas as religiões possíveis e imagináveis. À porta da Capela, uma lista com o número de mortos civis e militares da Guerra do Iraque, em jeito de protesto pela paz... sinal que, nos Estados Unidos, ainda há quem pense!
A próxima paragem foi a “Capela dos Frescos Bizantinos”, que despertou a minha curiosidade pelo nome, embora desconhecesse totalmente o que iria encontrar.
A verdade é que, o que encontrei deixou-me embasbacado, e verdadeiramente maravilhado com o espírito da família Menil. Devem estar a perguntar o que é a “Capela dos Frescos Bizantinos” (eu próprio pensei na mesma pergunta enquanto me dirigia para a dita Capela)? A história é simples: em 1983, a Fundação Menil recebeu fotografias de uns frescos do Século XIII que tinham sido roubados de uma capela bizantina em Chipre e cortadas em 38 peças para serem vendidas no mercado negro. A Fundação contactou o seu advogado, encarregando-o de descobrir a proveniência do “tesouro” e, após ter recebido as informações, contactou a República do Chipre e a Igreja local para se informar mais acerca dos frescos. Com o apoio (moral) destas duas instituições, a Fundação comprou o tesouro aos ladrões, e fez um acordo com a Igreja, ao abrigo do qual esta continuaria a ser a proprietária dos frescos, mas os mesmos ficariam guardados em Houston, num recinto especialmente construído para albergá-las e contar a sua história. O resultado é algo de verdadeiramente inexplicável: por fora, parece um edifício normalíssimo, mas por dentro arrisco-me a dizer que é a capela moderna mais linda que eu alguma vez vi. No interior do edifício foram construídos uns painéis de vidro fosco no local onde se situam as paredes da capela original (a de Chipre), e depois umas abóbodas onde os frescos foram restaurados. O resultado é um misto de modernidade e tradição verdadeiramente sublime (www.menil.org/byzantine.html).
Outro atractivo desta zona são os inúmeros parques que rodeiam os edifícios do museu e as ruas calmas com casas baixinhas e pessoas a passearem de bicicleta. Ah, quase que me esquecia, ao lado também existe o “Houston Center for Photography”, uma magnífica galeria de arte fotográfica que organiza palestras, cursos, etc., e onde passei o resto da tarde a babar-me para as obras em exibição, a chorar por não ter dinheiro para comprar algumas, e a convencer-me cada vez mais que tenho de dedicar-me à fotografia. Falando em fotografia, deixou-vos algumas tiradas neste dia.
Portanto, depois desta notícia, toca a voltar para a cama, desta vez com um sorriso na cara! Quando acordei, já foi com outro ânimo. A caminho do pequeno almoço, dois telefonemas importantes: o primeiro para a Tanocas, para saber como estavam as minhas meninas, e para contar as novidades; o segundo para a Eli, que fazia anos.
De seguida, uma agenda cultural preenchida. Tinha finalmente tomado a decisão de ir visitar a “Menil Collection” (www.menil.org), um complexo de museus de arte privados, criados por mais uma família “amiga das artes”. Resumindo um pouco a história, John de Menil casou com Dominique Schlumberger (filha do criador da famosa empresa Schlumberger) em Paris, tendo posteriormente fugido para Houston durante a segunda guerra mundial. A partir de Houston, John cuidou de tornar a Schlumberger a maior prestadora de serviços à indústria petrolífera do mundo, e o casal dedicou-se a apadrinhar as artes. Em 1987, decidiram abrir um museu privado para mostrar a sua colecção. E aqui é que entra, mais uma vez, uma das maravilhas dos Estados Unidos (não posso passar a vida a dizer mal)... o museu (hoje em dia um complexo) tem entrada gratuita para todas as pessoas, todos os dias do ano! Para além de já ter ouvido dizer que o museu era algo de maravilhoso, houve uma razão muito concreta que me levou até lá neste

Confesso que fiquei verdadeiramente maravilhado. A colecção (pelo menos a parte que está em exposição) é impressionante, sobretudo a parte dedicada ao surrealismo, movimento com o qual me identifico cada vez mais... se calhar por estar a enlouquecer lentamente! A exposição de fotografia também conseguiu aguçar, ainda mais, o meu interesse pela matéria.
De seguida, dirigi-me à “Rothko Chappel”, uma capela ecuménica encomendada pela família Menil a um famoso artista americano Mark Rothko nos anos 70 e que, hoje em dia, recebe frequentemente serviços religiosos de todas as religiões possíveis e imagináveis. À porta da Capela, uma lista com o número de mortos civis e militares da Guerra do Iraque, em jeito de protesto pela paz... sinal que, nos Estados Unidos, ainda há quem pense!
A próxima paragem foi a “Capela dos Frescos Bizantinos”, que despertou a minha curiosidade pelo nome, embora desconhecesse totalmente o que iria encontrar.

Outro atractivo desta zona são os inúmeros parques que rodeiam os edifícios do museu e as ruas calmas com casas baixinhas e pessoas a passearem de bicicleta. Ah, quase que me esquecia, ao lado também existe o “Houston Center for Photography”, uma magnífica galeria de arte fotográfica que organiza palestras, cursos, etc., e onde passei o resto da tarde a babar-me para as obras em exibição, a chorar por não ter dinheiro para comprar algumas, e a convencer-me cada vez mais que tenho de dedicar-me à fotografia. Falando em fotografia, deixou-vos algumas tiradas neste dia.
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