Sunday, October 29, 2006

Tratamento de beleza para toupeiras... ou Redneck Riviera!

Fim de semana, sol, o Ricardito decide ir passear, em busca de mar! Uma hora de auto-estrada depois, chego a Galveston, a cidade-ilha no Golfo do México que já foi a capital do Estado do Texas, mas que foi tão mal tratada por um furacãozito no início do século passado, que passou a ser apenas mais uma “small town USA”!

A cidade supostamente tem praias até deixar de ver, e um centro histórico com uma das maiores concentrações de casas vitorianas dos Estados Unidos. Portanto, um bom programa para um Sábado de sol...

Depois de atravessar uma avenida sem fim, finalmente cheguei à “marginal” que atravessa a extensão de praia de uma ponta à outra. Primeira tentativa, virar à esquerda na marginal, em direcção a Leste. Pareceu-me uma boa escolha, sobretudo porque, primeiro, a maior parte dos outros carros estava a ir para Oeste, e segundo, porque havia vários sinais a anunciar “East Beach”, blá, blá! Desde cedo apercebi-me que, se calhar, tinha tomado a decisão errada... aqueles navios todos na direcção para onde me dirigia deviam querer significar qualquer coisa... apesar dos sinais todos anunciarem que eu estava a dirigir-me para a melhor praia das redondezas!

Chegado à dita, deparei-me com um cartaz a anunciar “Estacionamento $8.00 /dia”... a praia deve ser mesmo boa... ainda bem que estamos fora de época e não tenho de pagar. Qual o meu choque quando descubro que o estacionamento vai quase até à água... ou seja, se quiseres, enfias o carro dentro de água e aproveitas para mergulhar da porta aberta!

O segundo choque surgiu quando descobri que a areia parecia lama (compacta, mas lama), escura, meio esquisita, e que a água... era castanha! Deve ser para condizer com a lama...quero dizer, com a areia: estes americanos pensam em tudo!
De facto a praia é enorme, de perder de vista, mas a areia e a água não lembram a ninguém! Para além disso, a famosa “East beach” fica na entrada do Porto de Galveston, portanto, a quantidade de navios à vista assusta um pouco... Há apenas uma coisa que não muda, qualquer que seja a parte do mundo... onde quer que haja mar, há um pato bravo a tentar construir o mais próximo da água possível... parece que estes gajos nunca ouviram falar das torres de Ofir, as famosas que se afundam na areia não sei quantos centímetros por ano... algo me diz que estas construções vão pelo mesmo caminho... se um furacão não as apanhar primeiro! Aliás, por alguma razão estas casas são construídas em pilares... será que o nível das águas sobe muito por estes lado???

Próxima paragem... a parte oeste da ilha. Mais praias a perder de vista, passeio à beira mar, quebra-mares, pontões, um misto de Costa da Caparica com as praias da Califórnia, não fosse... a areia castanha e a água castanha!!! Ha, e mais um aspecto... as plataformas petrolíferas que se vêm no horizonte!!! Ainda bem que levava uns binóculos comigo... sempre deu para ver que as plataformas estão desactivadas! Caso contrário, já tinha uma teoria para explicar a cor da água e da areia... Assim resta-me recordar a praia da Cruz Quebrada “mãe, porque é que a água é castanha...” Naaaa! Aqui não pode ser... a extensão é demasiado grande e a cidade demasiado pequena para essa explicação!

Finalmente percebi porque é que a malta se refere a Galveston como “Redneck Riviera”, a Riviera dos Broncos! Será que as toupeiras têm pele bonita por causa da lama em que nadam???

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