Saturday, October 21, 2006

Os escoceses e a sua magnífica capacidade para... ingerir álcool!

Que melhor plano para um fim de tarde de sexta-feira do que... ter uma reunião com um cliente escocês, num bar de provas de vinhos. Eu avisei imediatamente o Nuno: “má ideia! Escocês + álcool = noite inteira a beber até alguém cair para o lado! E normalmente quem cai para o lado não é o escocês!” Mas ninguém acreditou em mim, por isso, lá fomos nós encontrar o nosso interlocutor, num bar de prova de vinhos.

Antes de vos contar o resto da história, deixem-me dizer-vos que o bar em causa rapidamente atingiu um lugar de distinção entre os meus sítios preferidos de Houston. O bar não é nada de especial, tem umas mesas de madeira, uma enorme garrafeira com vinhos de todo o mundo cobre uma das paredes... mas depois tem uns pormenores magníficos, tipo os candeeiros que são garrafas antigas, o facto de água ser servida em garrafas de vinho, o facto de servirem queijinhos e azeitonas com variedades diferentes de pão a acompanhar o vinho... o facto de se juntarem naquele espaço à sexta ao final da tarde inúmeros europeus! Pois é, para quem ainda tivesse dúvidas, a verdade é que, independentemente do país donde vimos, todos partilhamos uma herança comum que nos faz procurar sítios que nos fazem lembrar casa.

Feito este breve excurso, voltemos à história. Eu e o Nuno, de gravata acabadinhos de vir do escritório, somos confrontados com o nosso interlocutor que, não só vinha totalmente casual, como ainda trazia a mulher! Pois é meus amigos, mesmo tendo como pretexto uma reunião de negócios, a verdade é que é sexta à tarde em Houston! Casal simpático, por volta dos 50 anos (com aquele típico espírito jovial escocês que os faz sentir-se à vontade e inserir-se em qualquer grupo, independentemente da idade), ao qual se juntou uma amiga, depois mais um casal (o típico inglês com 50 e tais, acompanhado da loira de 40, que poderemos encontrar em qualquer parte do mundo e, sobretudo, no algarve!). Resumindo a história: 4 garrafas de vinho tinto português (Adriano) e uma de um vinho branco qualquer, nós tivemos de fugir pois tínhamos que fazer... e não queríamos ser nós a cair para o lado. Para trás fica uma noite muito bem passada, com pessoas espectaculares, em que se falou um pouco de trabalho, mas sobretudo de outras coisas: da Europa, da América, de Portugal, da Austrália (onde o escocês tinha um irmão), de África, de vela, do que significa ser europeu...

Falou-se também da mulher do escocês, uma médica de Eyre (magnífica cidadezita junto ao mar da Irlanda, conhecida entre a comunidade da vela) que em Houston aproveitou para gozar a vida: jogar ténis, jogar golfe, e embrulhar prendas na altura do natal (sim, esta é a sua única actividade profissional – os americanos pagam para que façam tudo por eles...). Não deixei de sentir uma pontinha de inveja... as coisas que eu faria se não tivesse de trabalhar!

Fica o registo, uma noite para repetir. Um sítio com estilo e classe. Fica também uma confirmação: não é que seja bruxo... mas os escoceses já os conheço bem!

No comments: