Friday, September 29, 2006

Depois da “maravilha” que foi a viagem para Luanda com a mítica TAP, confesso que estava interessado em ver como se comportava a Air France...

A primeira surpresa (positiva), surgiu logo no aeroporto. Consegui fazer o check in TODO numas máquinas novas que eles têm, em mais ou menos 5 minutos. Sim, TODO, incluindo a viagem de Paris para Houston, e ainda escolhi os lugares nos dois voos. Modernices... Depois foi só ir para uma fila manifestamente mais pequena para entregar as malas.

Aí é que surgiu o primeiro “problema”. Eu levava 2 malas e um porta fatos, com um peso inferior aos 46 kg permitidos. No entanto, quando fui largar as malas, deparei-me com uma menina que prontamente esclareceu que eu tinha de pagar excesso de bagagem pois, nos voos europeus, eu só podia levar 2 volumes. Eu lá tentei explicar que estava dentro do peso permitido, e que ia para Houston, mas isso só piorou as coisas... A resposta dela foi do mais delicioso que alguma vez ouvi: “pois, não interessa que não tenha excedido o peso, o que interessa é que excedeu o número de volumes! Mas é só até Paris, porque de Paris para Houston não há limite de volumes...” Eu deixei de parte a ideia de tentar explicar à moça que isso não fazia sentido nenhum, e decidi tentar arrastar o porta fatos comigo como bagagem de cabine.

O voo para Paris decorreu sem grandes sobressaltos. A aventura começou no aeroporto Charles de Gaulle. Primeiro, passar pelo detector de metais, depois abrir as malas e deixar os seguranças revistarem tudo e confiscarem a mortífera garrafa de água Vitalis. De seguida, prosseguir para a porta de embarque onde... Fui forçado a abrir novamente as malas, deixar os seguranças mexer em tudo (excepto a máquina fotográfica que pesa 1\2 kg e que estava dentro do porta fatos... e que eles não conseguiram descobrir!). Mas como se isso não bastasse, ainda tive direito a uma “massagem” do segurança, seguido de uma inspecção aos meus ténis Nike que, como qualquer par de Nikes de qualidade, emana um cheiro distinto...

Satisfeito que (para além dos meus ténis) eu não transportava nenhuma arma potencialmente mortífera, os moços lá me deixaram embarcar para o avião. Chegado ao meu lugar, descobri que, não só ia ter um vizinho do lado, como também que o dito tinha o braço direito completamente coberto de gesso. Ia ser uma longa viagem... Para encurtar um pouco a história, tive de abrir embalagens de comida, preencher formulários de emigração, enfim... tudo o que um bom samaritano teria feito... no entanto, estabeleci logo um limite mental: se o gajo se levantasse e dissesse “preciso de ir à casa de banho”... azar o dele! Felizmente ele ainda tinha dignidade suficiente para tratar desses problemas sozinho!

A viagem foi passada de forma um pouco mais interessante do que a viagem de e para Luanda. Ainda bem que alguém se lembrou de inventar o sistema de diversão individual... e instalá-lo nos aviões da Air France (coitadinha da TAP). Sim, tive o prazer de ver os filmes que queria, quando queria, no ecrã situado na cadeira à minha frente, para além de ter jogado todos os jogos possíveis e imaginários: majhong, cave man, quem quer ser milionário, xadrez (e ganhei duas vezes ao computador), etc. Isto sim é viajar com qualidade!

Ao fim de 10 horas e picos de viagem, chegada a Houston!

Sair do avião, rodeado de mexicanos, nórdicos, franceses... onde é que será que estão os americanos??? Sim, já que o moço dos serviços de emigração era chinês... Parecia um livro do “Onde está o Wally?” Saído do controlo de emigração, deparo-me com um moço das alfândegas que pergunta-me “hey guy! We’re you goin’?” E eu a pensar “Guy??? Mas eu andei contigo na escola???” Depois apercebi-me: “Ya, estou no Texas...”

E continua a saga “onde está o americano???” Sim porque o meu taxista preto falava um dialecto qualquer ao telemóvel que, claramente, não era inglês!!!

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