Mais um voo, mais uma volta... De regresso ao carrossel!
Após um merecido descanso, e duas semanas e meia de alegria constante proporcionada pelo convívio com a família e pelas traquinices da Carolina, toca de enfiarem-me novamente num avião a caminho da terra do tio Sam. Mais uma vez, sem poder levar as minhas pequeninas comigo... a merda do visto nunca mais está resolvido! Ao menos, ao que tudo indica, desta vez será só por um mês. Mais uma vez o meu querido papá levou-me ao aeroporto a horas indecentes, e mais uma vez safei-me das filas do check in por ter feito o meu via net! Bendita tecnologia! Aliás, a única outra pessoa que conheço e que estava acordada àquelas horas (para além de eu e o meu pai) era o Nuno (grande marinheiro de gabarito internacional e co-tripulante do Cat Balou) que tinha entrado ao serviço no aeroporto às 5:30 da manhã (não te invejo companheiro), e que veio fazer-nos companhia uns minutos antes de eu entrar para a área de embarque.
Neste voo, para além de mahjong, dediquei-me (enquanto a pachorra durou) a estudar para o meu exame de vela, que vou ter de fazer este fim de semana em Houston. Para os que não sabem a história, em vez de tentar o reconhecimento do meu curso de Patrão Local nos EUA, eu decidi tirar o equivalente localmente, já que, calculo: deve ser bem mais rápido, dar menos chatices, ser mais proveitoso pois permite-me navegar em águas que são desconhecidas para mim com pessoas que as conhecem. Por outro lado, os cursos aqui não são caros, sempre consigo umas oportunidades para ir velejando, e vou-me familiarizando com a terminologia náutica anglo-saxónica (embora as minhas leituras já me tenham ajudado bastante neste capítulo).
Estava eu a ler a matéria para o exame enquanto esperava pelo meu voo de ligação no aeroporto CDG em Paris, quando descobri uma coisa maravilhosa... Eu devo ser um terrorista! Sim, não me bastava o novo acordo celebrado entre os Estados Unidos e a União Europeia (representada por esse grande Presidente da Comissão, Durão “Burroso”) e que admite que todos os europeus são terroristas até prova em contrário (permitindo aos EUA vasculharem as nossas contas de email, cartões de crédito, etc.), ainda fui deparar com vários outros indícios de que sou um desses seres maléficos. Um dos elementos de estudo para o curso é um panfleto da US Coast Guard, com indicações para os velejadores de como podem ajudar a manter a “Homeland Security”. Entre as recomendações, os moços sugerem que se participe às autoridades sempre que se assista a qualquer das seguintes actividades: pessoas “suspeitas” que estejam a navegar junto de pontes, docas e marinas: que estejam a tirar fotografias ou filmar esses locais; que andem devagar junto a esses locais; que andem a velejar ao cair da noite, etc.
Ora, considerando que eu tenho andado a velejar junto a pontes, marinas e docas, tenho andado a tirar fotografias desses locais, tenho andado a velejar até ao por do sol, tirei o curso com dois árabes, costumo velejar com alguém que trabalha num aeroporto, estive recentemente em Bali, e, ainda por cima, SOU EUROPEU... só posso ser um terrorista!!! Prendam-me se faz favor! Cambada de paranóicos patéticos!
Após um merecido descanso, e duas semanas e meia de alegria constante proporcionada pelo convívio com a família e pelas traquinices da Carolina, toca de enfiarem-me novamente num avião a caminho da terra do tio Sam. Mais uma vez, sem poder levar as minhas pequeninas comigo... a merda do visto nunca mais está resolvido! Ao menos, ao que tudo indica, desta vez será só por um mês. Mais uma vez o meu querido papá levou-me ao aeroporto a horas indecentes, e mais uma vez safei-me das filas do check in por ter feito o meu via net! Bendita tecnologia! Aliás, a única outra pessoa que conheço e que estava acordada àquelas horas (para além de eu e o meu pai) era o Nuno (grande marinheiro de gabarito internacional e co-tripulante do Cat Balou) que tinha entrado ao serviço no aeroporto às 5:30 da manhã (não te invejo companheiro), e que veio fazer-nos companhia uns minutos antes de eu entrar para a área de embarque.
Neste voo, para além de mahjong, dediquei-me (enquanto a pachorra durou) a estudar para o meu exame de vela, que vou ter de fazer este fim de semana em Houston. Para os que não sabem a história, em vez de tentar o reconhecimento do meu curso de Patrão Local nos EUA, eu decidi tirar o equivalente localmente, já que, calculo: deve ser bem mais rápido, dar menos chatices, ser mais proveitoso pois permite-me navegar em águas que são desconhecidas para mim com pessoas que as conhecem. Por outro lado, os cursos aqui não são caros, sempre consigo umas oportunidades para ir velejando, e vou-me familiarizando com a terminologia náutica anglo-saxónica (embora as minhas leituras já me tenham ajudado bastante neste capítulo).
Estava eu a ler a matéria para o exame enquanto esperava pelo meu voo de ligação no aeroporto CDG em Paris, quando descobri uma coisa maravilhosa... Eu devo ser um terrorista! Sim, não me bastava o novo acordo celebrado entre os Estados Unidos e a União Europeia (representada por esse grande Presidente da Comissão, Durão “Burroso”) e que admite que todos os europeus são terroristas até prova em contrário (permitindo aos EUA vasculharem as nossas contas de email, cartões de crédito, etc.), ainda fui deparar com vários outros indícios de que sou um desses seres maléficos. Um dos elementos de estudo para o curso é um panfleto da US Coast Guard, com indicações para os velejadores de como podem ajudar a manter a “Homeland Security”. Entre as recomendações, os moços sugerem que se participe às autoridades sempre que se assista a qualquer das seguintes actividades: pessoas “suspeitas” que estejam a navegar junto de pontes, docas e marinas: que estejam a tirar fotografias ou filmar esses locais; que andem devagar junto a esses locais; que andem a velejar ao cair da noite, etc.
Ora, considerando que eu tenho andado a velejar junto a pontes, marinas e docas, tenho andado a tirar fotografias desses locais, tenho andado a velejar até ao por do sol, tirei o curso com dois árabes, costumo velejar com alguém que trabalha num aeroporto, estive recentemente em Bali, e, ainda por cima, SOU EUROPEU... só posso ser um terrorista!!! Prendam-me se faz favor! Cambada de paranóicos patéticos!
A coisa tornou-se ainda pior quando cheguei ao “George Bush Intercontinental Airport Houston” (não estou a gozar, o aeroporto tem mesmo o nome do papá do idiota). Assisti a uma das cenas mais ridículas e chocantes desde que cá estou: no avião em que viajei viajavam um casal muçulmano com uma miudinha de cerca de 5 anos, cuja mãe usava um lenço na cabeça. Como podem calcular, enquanto as outras pessoas demoravam 2 minutos no controle de passaportes, estes desgraçados demoraram cerca de 15 minutos, findos os quais foram escoltados por seguranças armados para outro local qualquer do aeroporto... linda imagem que a criança vai ficar desta nação “livre e democrática”. É aquela instituição tão justa a que chamam “racial profiling” no seu melhor, e que não passa de uma forma sofisticada de dizer “racismo” e “discriminação”!
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