Já sou navegador encartado!
Pois é, esta é a grande novidade deste fim de semana! Passei no meu exame da “American Sailing Association” e, consequentemente, já posso andar por aí a abalroar pontões e a apanhar linhas de pesca de pescadores distraídos!
E tudo isto saiu-me a uns míseros USD$200, e dois dias de curso, o que, quando comparado com as infindáveis noites passadas numa sala de aula e os 600 e tal € que paguei pela carta de Patrão Local, até foi um bom negócio! Por outro lado, as 12 horas passadas no mar deram para adquirir novos conhecimentos práticos, sempre importantes, dado que, em Portugal, continua a entender-se que é melhor saber identificar todas as partes de um navio da marinha mercante, do que saber velejar... enfim, mentalidades diferentes!
No meu caso, a experiência foi ainda melhor, já que consegui “cravar” mais uma aula de mar ao instrutor. Aliás, não foi bem “cravar”, o que se passou é que, como eu tinha feito a minha primeira aula no Sábado (em Novembro), e depois tinha sido chutado para Timor no Domingo, perguntei aos moços se podia repetir a aula de Sábado e eles, à boa maneira Texana, disseram “se quiseres estás à vontade, teremos muito prazer.” Dito e feito, mais seis horas num barquito à vela, mais umas horitas de felicidade para este desgraçado só e abandonado no “far west”.
Curiosamente, reencontrei dois colegas meus do primeiro curso que aproveitaram o Sábado para sair com a malta que estava a fazer o curso (mais uma facilidade que a escola dá e que seria impensável em Portugal). Achei interessante o facto dos meus “compinchas” me terem confessado que o teste não era difícil, e que até a “maluca” tinha passado (a maluca era uma senhora, com cerca de setenta anos, que não só estava a fazer o curso connosco, mas tinha entendido que seria divertido fazer um curso de “Sunfish” –um barquito que parece uma prancha de surf em ponto pequeno com uma vela, anda a uma velocidade estonteante, exige bastante agilidade, e atira os ocupantes para o mar com muita frequência). Diga-se de passagem que não tinha nada contra a “maluca”, mas o facto de alguém que, como diriam os meus amigos australianos, “couldn’t find her own arse with two hands”, ter passado no curso, deixava-me um pouco mais à vontade.
A verdade é que nada podia preparar-me para o que encontrei no dia seguinte... O Exame, se é que lhe podemos chamar verdadeiramente isso, consistia num enunciado com 130 perguntas, que deveriam ser concluídas em uma hora e meia. As perguntas seguiam o conhecido modelo de “teste americano”, ou “teste de cruzinhas”, mas com uma particularidade interessante... Como alguns saberão, os “testes de cruzinhas” na Europa são muito contestados por serem demasiado fáceis, e possibilitarem ao aluno atirar uma resposta ao ar tendo sempre a hipótese de acertar, mesmo que não saiba a resposta. Ora, o verdadeiro “teste americano” é muito mais delicioso do que isso! Pois é, enquanto que o “teste de cruzinhas” europeu tem uma pergunta com três ou quatro respostas possíveis, o modelo do “teste americano” tem quatro perguntas com quatro respostas possíveis que só podem ser usadas uma única vez em cada grupo. Ou seja, mesmo que não tenhas a mínima ideia de uma das respostas, basta responderes às outras para descobrires a resposta por exclusão de partes! MAGNÍFICO! Por isso é que o Bush tem um MBA!!! Também quero!
Resumindo e concluindo, ao fim de cerca de 35 minutos de risota total tinha respondido às minhas 130 perguntas. Quando chegou à altura da correcção o moço que estava antes de mim foi congratulado por ter acertado em 95 respostas... Quando foi a minha vez, o instrutor ficou espantado por eu ter acertado em 129 das 130 (falhei a merda da penúltima pergunta sobre luzes... mais ou menos a mesma que falhei no meu exame de patrão local... deve ser um acto falhado). O instrutor ficou com a boca aberta a olhar para mim, e eu tive de entrar no jogo e dizer-lhe que o exame era difícil e que eu tinha estudado imenso (3 horas de véspera e mais uns pozinhos no avião...). Coitado, era muito boa pessoa, e se eu lhe revelasse que o teste era cagativo, e que a estrutura das perguntas permitia a qualquer gajo que não soubesse as respostas todas (mas tivesse um cérebro ligeiramente mais evoluído do que um cágado) acertar à mesma, seria destruir o mito de uma vida inteira a leccionar.
Portanto encartado e feliz, fui para casa com um sorriso na cara. Para tornar as coisas ainda mais interessantes, está a decorrer o “Houston Boat Show” e já combinei com um dos meus “compinchas” do primeiro curso (um dos Árabes... estou mesmo a habilitar-me) ir lá dar uma vista de olhos na terça-feira à noite! “When I was a young boy... I wanted to sail ‘round the world...”
Pois é, esta é a grande novidade deste fim de semana! Passei no meu exame da “American Sailing Association” e, consequentemente, já posso andar por aí a abalroar pontões e a apanhar linhas de pesca de pescadores distraídos!
E tudo isto saiu-me a uns míseros USD$200, e dois dias de curso, o que, quando comparado com as infindáveis noites passadas numa sala de aula e os 600 e tal € que paguei pela carta de Patrão Local, até foi um bom negócio! Por outro lado, as 12 horas passadas no mar deram para adquirir novos conhecimentos práticos, sempre importantes, dado que, em Portugal, continua a entender-se que é melhor saber identificar todas as partes de um navio da marinha mercante, do que saber velejar... enfim, mentalidades diferentes!
No meu caso, a experiência foi ainda melhor, já que consegui “cravar” mais uma aula de mar ao instrutor. Aliás, não foi bem “cravar”, o que se passou é que, como eu tinha feito a minha primeira aula no Sábado (em Novembro), e depois tinha sido chutado para Timor no Domingo, perguntei aos moços se podia repetir a aula de Sábado e eles, à boa maneira Texana, disseram “se quiseres estás à vontade, teremos muito prazer.” Dito e feito, mais seis horas num barquito à vela, mais umas horitas de felicidade para este desgraçado só e abandonado no “far west”.
Curiosamente, reencontrei dois colegas meus do primeiro curso que aproveitaram o Sábado para sair com a malta que estava a fazer o curso (mais uma facilidade que a escola dá e que seria impensável em Portugal). Achei interessante o facto dos meus “compinchas” me terem confessado que o teste não era difícil, e que até a “maluca” tinha passado (a maluca era uma senhora, com cerca de setenta anos, que não só estava a fazer o curso connosco, mas tinha entendido que seria divertido fazer um curso de “Sunfish” –um barquito que parece uma prancha de surf em ponto pequeno com uma vela, anda a uma velocidade estonteante, exige bastante agilidade, e atira os ocupantes para o mar com muita frequência). Diga-se de passagem que não tinha nada contra a “maluca”, mas o facto de alguém que, como diriam os meus amigos australianos, “couldn’t find her own arse with two hands”, ter passado no curso, deixava-me um pouco mais à vontade.
A verdade é que nada podia preparar-me para o que encontrei no dia seguinte... O Exame, se é que lhe podemos chamar verdadeiramente isso, consistia num enunciado com 130 perguntas, que deveriam ser concluídas em uma hora e meia. As perguntas seguiam o conhecido modelo de “teste americano”, ou “teste de cruzinhas”, mas com uma particularidade interessante... Como alguns saberão, os “testes de cruzinhas” na Europa são muito contestados por serem demasiado fáceis, e possibilitarem ao aluno atirar uma resposta ao ar tendo sempre a hipótese de acertar, mesmo que não saiba a resposta. Ora, o verdadeiro “teste americano” é muito mais delicioso do que isso! Pois é, enquanto que o “teste de cruzinhas” europeu tem uma pergunta com três ou quatro respostas possíveis, o modelo do “teste americano” tem quatro perguntas com quatro respostas possíveis que só podem ser usadas uma única vez em cada grupo. Ou seja, mesmo que não tenhas a mínima ideia de uma das respostas, basta responderes às outras para descobrires a resposta por exclusão de partes! MAGNÍFICO! Por isso é que o Bush tem um MBA!!! Também quero!
Resumindo e concluindo, ao fim de cerca de 35 minutos de risota total tinha respondido às minhas 130 perguntas. Quando chegou à altura da correcção o moço que estava antes de mim foi congratulado por ter acertado em 95 respostas... Quando foi a minha vez, o instrutor ficou espantado por eu ter acertado em 129 das 130 (falhei a merda da penúltima pergunta sobre luzes... mais ou menos a mesma que falhei no meu exame de patrão local... deve ser um acto falhado). O instrutor ficou com a boca aberta a olhar para mim, e eu tive de entrar no jogo e dizer-lhe que o exame era difícil e que eu tinha estudado imenso (3 horas de véspera e mais uns pozinhos no avião...). Coitado, era muito boa pessoa, e se eu lhe revelasse que o teste era cagativo, e que a estrutura das perguntas permitia a qualquer gajo que não soubesse as respostas todas (mas tivesse um cérebro ligeiramente mais evoluído do que um cágado) acertar à mesma, seria destruir o mito de uma vida inteira a leccionar.
Portanto encartado e feliz, fui para casa com um sorriso na cara. Para tornar as coisas ainda mais interessantes, está a decorrer o “Houston Boat Show” e já combinei com um dos meus “compinchas” do primeiro curso (um dos Árabes... estou mesmo a habilitar-me) ir lá dar uma vista de olhos na terça-feira à noite! “When I was a young boy... I wanted to sail ‘round the world...”
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