Sunday, December 17, 2006

Chegada a Portugal

Como não podia deixar de ser, a minha chegada a Portugal teve o seu “quê” de delicioso, rocambolesco, e hilariante, o que vai ajudando este blog a ter interesse...

Quis o destino que a minha chegada ao magnífico aeroporto da Portela coincidisse com um período de caos absoluto em diversos aeroportos europeus, que levou a bagagens perdidas e todos os transtornos habituais. Quis também o destino que o voo que utilizou o tapete para o qual a minha bagagem iria antes do meu voo ter chegado tivesse aterrado na Portela sem bagagem! Estão a imaginar o caos??? Não, não estão! Eu próprio nunca sonhei que assistiria a uma cena daquelas.

Basicamente, um bom do emigrante Tuga (tipo bigode farfalhudo), em vez de se dirigir ao balcão das reclamações sozinho, e depois desamparar a loja (ou melhor dizendo, o tapete, o aeroporto, etc.), optou por uma solução bem mais inteligente: toca de levar a família toda e montar acampamento (tipo de cigano) junto ao tapete (não fossem as malas serem teletransportadas pelo Harry Potter) e à porta do balcão de reclamações. O resultado prático foi que, quando desci para a recolha de bagagem, deparei-me com centenas de pessoas de volta do “meu” tapete, aos berros, a cheirar mal, exaltadas, enfim, o Jardim Zoológico de Lisboa em pleno aeroporto. Ainda pensei em perguntar àquela malta porque carga de água não faziam o habitual (ir para casa e esperar que a companhia lhes ligasse a dizer que podiam ir levantar as malas), mas pensei que por razões de segurança pessoal não valia a pena pregar aos peixes...

Mas o melhor ainda estava para vir... Quando o tapete começou a rolar, trazendo as malas do voo da airfrance que havia transportado desde Paris, aquela colecção de seres irracionais começou a “atacar” as malas (não fosse o Harry Potter ter prestado um serviço à TAP) para ver se eram as deles... Melhor ainda, houve vários seres que, possuídos pelo demónio do viajante desesperado, dirigiram-se a desgraçados que tinham tirado as suas malas do tapete e tiraram-lhes as malas das mãos para certificarem-se que ninguém estava a levar a mala errada por engano! Verdadeiramente maravilhoso!

Mas o melhor momento estava para vir: o reencontro com as minhas duas macaquinhas! A Carolina teve uma reacção gira: depois de vir para o meu colo, olhou para mim fixamente durante um minuto (a Tânia diz, e provavelmente com razão, que ela estava a estranhar o facto do pai não lhe ter aparecido dentro de um ecrã de computador, como é hábito). Passado o momento de reflexão, fez questão de mostrar-me as decorações de natal do aeroporto, apontando e dizendo “ah!”.

Esta fotografia, embora tirada uns dias depois, demonstra bem a alegria de toda a família, finalmente reunida de novo.

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